Conselho da Gameloft recusa a oferta da Vivendi
Na última sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016, o Conselho Administrativo da Gameloft analisou a oferta pública feita pela Vivendi junto à autoridade reguladora do mercado francês, a French Autorité des Marchés Financiers (AMF) no dia 18 de fevereiro de 2016 e decidiu, por unanimidade, que a oferta da Vivendi vai contra os interesses da Gameloft, de seus acionistas, empregados e consumidores.
A Vivendi, que atualmente controla a Telecom Italia e a TIM Brasil, fez uma oferta hositl (não negociada com os controladores) de de 6,0 euros por ação, prêmio de 50% sobre o valor da ação em outubro de 2015 e de 23% referente ao valor das ações dos últimos seis meses e aumentou sua participação na empresa, possuindo hoje 19% do total das ações e mais de 27% dos papeis com direito a voto.
Conforme a fabricante de jogos, a decisão foi baseada em quatro razões principais:
– A falta de uma lógica comercial clara nesta proposta. Desde a venda de sua divisão de videogames há mais de um ano, o faturamento da Vivendi é oriundo em sua maioria de seus negócios com TV por meio do Canal+ e pela sua divisão fonográfica, a Universal Music. Hoje, nenhum ramo de negócios da Vivendi apresenta uma sinergia atraente para a Gameloft. Como uma empresa independente, a Gameloft tem todos os recursos para desenvolvimento, desde sua concepção até a entrega, de um plano coorporativo que visa às vantagens apresentadas pelo crescimento do mercado de jogos mobile e, em particular, o crescimento do mercado de propaganda programática neste segmento.
– Os termos financeiros da oferta não refletem o valor intrínseco da Gameloft e suas projeções, que são parcialmente refletidos pelo valor de mercado da Gameloft.
– O impacto negativo no corpo de funcionários da Gameloft diante da natureza hostil da oferta da Vivendi – em particular nas equipes criativas e de gerência que valorizam em muito a independência da companhia.
– As condições nas quais a Vivendi aumentou sua participação na Gameloft desde 22 de setembro de 2015, fato que o conselho considerou uma ação que iludiu acionistas minoritários a vender suas ações para a Vivendi.
“O Conselho Administrativo vai se reunir novamente para uma recomendação mais substancial e detalhada dos termos da oferta pública, em conformidade com as leis correspondentes”.