Conclusão da venda dos data centers da Oi será em “dias ou semanas”, diz Piemonte
A venda dos data centers da Oi para o grupo Piemonte Holding ainda não foi concluída. As partes estão elaborando os documentos para a transferência do ativo e há algumas pendências vistas como naturais diante da complexidade da transação, conforme comunicado pela tele em dezembro. Com isso, o dinheiro ainda não foi liberado. A transação foi autorizada pelo Cade também em dezembro.
Alessandro Lombardi, CEO do Piemonte, explica que faltam a assinatura do termo de transferência e a entrega por parte da Oi de “documentos auxiliares” para que o negócio seja consumado. Ele estima que a conclusão acontecerá em questão “de dias ou poucas semanas”.
Ao Tele.Síntese, a tele confirmou o status atual e diz esperar uma conclusão rápida do negócio. “A Oi informa que o negócio está fechado e que as etapas burocráticas, que são naturais em um processo como este, devem estar concluídas em curtíssimo prazo”, diz a companhia, em nota.
A Piemonte Holding adquiriu em novembro de 2020 os data centers da Oi por R$ 325 milhões. As unidades serão incorporadas à Elea Digital, empresa da holding focada no mercado de colocation.
Novos clientes
Conforme Lombardi, foi determinante para o negócio a compreensão de que as três operadoras, Claro, TIM e Vivo, seriam clientes devido à venda da Oi Móvel. Pelo contrato, o trio vai recorrer aos serviços da Elea Digital, a empresa que reúne os data center controlados pelo Piemonte. A Elea, através de participação no data center GBT, de Brasília, já atende Caixa e Banco do Brasil por meio de uma parceria público privada.
O contrato com as teles, explicou Lombardi, é de “curto prazo”. Mas os planos são de investimentos ao longo de 2021 para renovação das unidades compradas. Em função da capilaridade – a empresa passou a ter presença em quatro estados após a compra – ele acredita que será possível conquistar as operadoras para permanecer por longo prazo em sua carteira.
O executivo também acredita que será possível firmar contrato de fornecimento com a Infraco, em função da integração com a infraestrutura da Oi e da distribuição dos data centers em mercados onde há falta dessas infraestruturas.
“Ao conhecer o plano estratégico da Oi ficou claro que a marca de varejo Oi Móvel seria vendida. Foi quase uma aposta: acreditamos como viável a possibilidade de eles venderem e se recuperarem. Então, um cliente pouco atraente que eram eles em recuperação judicial se transformaria em Claro, TIM e Vivo. E também o que fica, a Infraco, é um cliente que queremos ter”, contou Lombardi.
O executivo falou em entrevista ao Tele.Síntese, que será publicada na íntegra no domingo, 24.