Computação quântica terá economia trilionária e impacto em telecom

Tecnologia deve movimentar US$ 1,3 trilhão até 2035 e, a exemplo da IA, se proliferar por diversas verticais de negócios; telepresença digital é outra inovação que deve chegar com o avanço da conectividade
Computação quântica terá efeitos no setor de telecom, indica especialista
Ilana Wisby, CEO da Oxford Quantum Circuits, discorre sobre a computação quântica e os potenciais efeitos em telecom no MWC 2024 (crédito: Reprodução/MWC)

Apontado como a próxima revolução tecnológica após a disseminação da Inteligência Artificial (IA), o mercado de computação quântica deve movimentar cerca de US$ 1,3 trilhão (aproximadamente R$ 6,44 trilhões) até 2035, indicou Ilana Wisby, CEO da Oxford Quantum Circuits (OQC), nesta quarta-feira, 28, em painel no Mobile World Congress (MWC) 2024, em Barcelona. O dado é de uma previsão da consultoria McKinsey.

A executiva disse que a tecnologia deve “revolucionar quase todas as verticais de negócios no mundo”, inclusive o setor de telecomunicações. “Vai ter um impacto grande em telecom, podendo prever necessidades de manutenção, demanda de tráfego e o funcionamento de diferentes redes”, sinalizou.

Em linhas gerais, a computação quântica é um ramo da tecnologia que utiliza ciência da computação, física e matemática para resolver problemas complexos demais para dispositivos tradicionais.

Em sua apresentação, Ilana afirmou que processadores quânticos também reforçam aspectos de segurança e análise de dados em tempo real. Segundo ela, as empresas já precisam se preparar para a próxima disrupção tecnológica.

“O quantum está, provavelmente, cinco anos atrás da IA. Se você acha que entrou tarde na IA, você deveria começar a se engajar com quantum hoje”, sugeriu.

A especialista ainda ressaltou que computadores quânticos serão cada vez mais comuns em data centers e que, na atualidade, já há casos de uso da tecnologia em diferentes setores, como agricultura, finanças, óleo e gás e telecomunicações. Sem indicar estados, apontou que governos também já fazem uso do recurso, sobretudo em programas de segurança nacional.

“O quantum não é um futuro daqui a 15 anos. Já é uma realidade, os sistemas já existem”, frisou.

Telepresença digital

Outra tecnologia inovadora que teve espaço no palco do MWC foi a telepresença digital. Formada por um conjunto de ferramentas de conectividade, vídeo, sensores e robótica, a solução permite que um usuário se sinta fisicamente presente em um ambiente em que não está.

Executivos da Xtend, empresa de robótica avançada, apontaram que, com conectividade de alta qualidade, é possível controlar robôs para realizar atividades humanas que envolvam risco, como missões de resgate. No caso, por meio de uma plataforma remota, o operador pode se sentir como se estivesse dentro do robô para explorar ambientes complexos.

“Acreditamos que o avanço da tecnologia de telepresença vai mudar o fundamento de como humanos e robôs interagem”, disse Matteo Shapira, diretor de Experiência do Cliente da Xtend. “Será um mundo mais seguro e produtivo”, acrescentou.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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