Componentes: Anfavea revê sua projeção para vendas, produção e exportação de veículos este ano
O desafio de prever um cenário para o último trimestre de 2021 não é pequeno para a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). As montadoras de veículos continuam enfrentando a escassez de semicondutores assim como problemas com logística e falta de matéria prima, como pneus e, de acordo com levantamento da entidade, fecharam setembro com 17 dias de estoque de veículos sendo 10 dias nas concessionárias e sete nas fábricas. Com as indefinições que pairam sobre o setor, a entidade decidiu rever suas projeções para o ano e está analisando as informações com base na capacidade de produção e não mais na demanda, como é tradicional.
Luis Carlos Moraes, presidente da entidade, reconhece que nunca houve tanta dificuldade em enxergar o cenário de curto prazo na indústria automobilística. “As incertezas para garantir a produção de veículos é grande com a crise de fornecimento global. Estamos presenciando uma procura por parte dos consumidores para compra de novos produtos, mas não temos unidades para atender à demanda”, observou.
Esse cenário foi o que levou a entidade a mudar os cálculos para fazer uma previsão do período de outubro a dezembro, levando em conta a produção. Em função disso, as novas projeções mostram que as vendas de novos veículos este ano podem variar de 2,038 milhões a 2,118 milhões, ou seja, com cenários de queda de 1% a crescimento de 3% na comparação com 2020. A produção deverá variar entre 2,129 milhões e 2,219 milhões, o que representará um aumento de 6% a 10% quando comparado com o ano anterior. Já as exportações ficarão com algo entre 357 mil a 377 mil unidades, alta de 10% a 16%. No início do ano a entidade chegou a prever crescimento de 15% a 20% este ano.
Na avaliação de Moraes, havia uma expectativa de expansão de vendas e produção no terceiro trimestre, que não se concretizo. No mês passado, 173,3 mil unidades foram produzidas, uma diminuição de 21,3% sobre as 220,2 mil de setembro do ano passado. Nos nove meses já transcorridos do ano, a indústria fabricou 1,649 milhão de unidades, o que representa uma expansão de
24% em relação ao volume de 1,330 milhão do ano passado. Apesar do número positivo no acumulado, o número ainda está bem aquém do desejado e esperado.
Há vários meses, a entidade vem alertando para a escassez de semicondutores. Globalmente, a expectativa é de que a indústria automobilística deixará de produzir de 7 milhões a 9 milhões de veículos este ano.