Como vai funcionar o grupamento de ações da Oi
Acionistas da operadora têm até 6 de janeiro para ajustar posições por meio de aquisição ou venda de ações na B3 a fim de formarem carteira com múltiplos de 10 ações. Grupamento vai converter lotes de 10 ações ordinárias em uma. Mesma proporção será adotada nas preferenciais.
Os acionistas da Oi aprovaram em assembleia ontem, 1º, o grupamento de ações da companhia (OIBR3 e OIBR4) com o objetivo de atender as regras da B3 e elevar o preço dos papeis acima de R$ 1. A proposta da diretoria, no entanto, foi alterada, e em vez do grupamento de 50 ações em uma, ficou decidido que agora cada ação será resultado do grupamento de 10.
A operação não vai agrupar American Depositary Shares, comercializadas nos Estados Unidos. Mas haverá mudança na paridade: cada ação ordinária passará a representar 2 (duas) ADSs ON (1 ON: 2 ADSs ON), enquanto uma ação preferencial será equivalente a 10 (dez) ADSs PN (1 PN: 10 ADSs PN).
A assembleia de acionistas aprovou também as mudanças no estatuto da Oi relativas ao capital social, uma vez que a quantidade de papeis disponíveis no mercado vai mudar. Dessa forma, o capital da empresa passa a ser dividido em 660.303.745 ações, sendo 644.531.021 ordinárias e 15.772.724 preferenciais.
De hoje, 2 de dezembro, a 6 de janeiro, os acionistas poderão ajustar suas posições de ações, por espécie, em lotes múltiplos de 10 ações, mediante negociação na B3.
A partir do dia 9 janeiro de 2023, primeiro pregão depois do encerramento do período de ajuste, as ações serão negociadas grupadas na proporção 10:1.
As eventuais frações de ações resultantes após o período ajuste serão reagrupadas em números inteiros de ações e vendidas na B3. Os valores resultantes da venda dessas frações de ações pela empresa serão repassados aos respectivos titulares.
O leilão das frações de ações, forma e data da disponibilização dos recursos resultantes do leilão, serão ainda divulgados aos acionistas, depois de 6 de janeiro.
Votação
O grupamento de ações da Oi já era esperado. A companhia vinha negociando papéis com valor de centavos ao longo de todo o ano, e recebeu o ultimado da B3 para se adequar no começo do ano. A diretoria propôs grupamento de 50:1, mas terminou vencida na segunda convocação da assembleia de acionistas, ocorrida ontem. A primeira AGE, na semana anterior, terminou indefinida por falta de quórum.
Na segunda convocação, a participação também foi baixa, mas pelo estatuto, a companhia poderia prosseguir. A proposta de grupamento 10:1 apresentada por acionistas foi aprovada com apenas 29,89% dos votos totais. Já 67,9% dos acionistas se abstiveram – tanto de forma consciente, como por simplesmente não comparecimento.
O baixo quórum aprovou também as mudanças no estatuto social, os relatórios de consultores sobre o patrimônio das empresas BrT Card, Paggo e Bérgamo e incorporação destas à Oi S.A., medida tomada para fins de simplificação societária do grupo.