Como os ISPs podem se preparar para o 5G

Tecnologias abertas e interoperáveis ajudam os provedores a percorrer um caminho único para o 5G, mais rápido e com menos risco.

Como os ISPs podem se preparar para o 5G

Com uma participação de mais de 30% no mercado nacional de banda larga fixa, os provedores regionais de internet (ISPs) têm um legado que os habilita a entrar no 5G, mesmo que não comprem frequências no leilão que será realizado pela Anatel.

De acordo com a Pesquisa TIC Provedores, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.Br), divulgada em julho de 2021, a fibra óptica já faz parte do portfólio de 91% dos ISPs com acessos de banda larga fixa. Com grande penetração nos municípios menores e áreas remotas, os ISPs atendem clientes residenciais, corporativos e governos e suas redes de fibra óptica serão um importante meio para o transporte do tráfego de dados que será gerado. Além disso, o 5G vai exigir mais small cells das operadoras móveis, o que vai demandar maior capilaridade da fibra óptica.

As aplicações de 5G demandam uma rede com escalabilidade, confiabilidade, baixa latência e alto desempenho e isso só é possível com uma rede fotônica. Para atender esses requisitos, os ISPs precisam investir na qualificação de suas redes fixas e a melhor maneira de fazer isso de forma rentável é através de uma rede de transporte aberta, interoperável e convergente.

Na mobilidade, o 4G e o 5G coexistirão por muitos anos, portanto, as redes deverão suportar esses dois padrões por muito tempo. Mesmo no modelo standalone que foi definido para o 5G no Brasil, a rede fixa que vai suportar 4G e 5G será a mesma. Por isso, mesmo que os ISPs não tenham planos de operar como MVNO, é importante pensar que as redes vão convergir e que os data centers vão se multiplicar no 5G. Hoje, grande parte das torres de 4G não é atendida por fibra. Por isso, para viabilizar a promessa de velocidade aumentada e latência reduzida do 5G, o atendimento direto com fibra passa a ser essencial. No 4G, tanto a unidade distribuída como a centralizada eram, em sua grande maioria, colocadas com a torre, mas com a necessidade de um número maior de estações 5G, torna-se inviável manter esta mesma arquitetura. No 5G estas unidades são virtualizadas e podem ser concentradas em pequenos datacenters, desde que haja fibra conectando as antenas a estes pequenos datacenters, que serão instalados para abrigar as aplicações do 5G.

Do ponto de vista da infraestrutura, é preciso considerar que o 5G terá duas novas interfaces Ethernet: o fronthaul (entre a antena e a unidade distribuída) e o midhaul (entre a unidade distribuída e a unidade centralizada). Cada uma dessas interfaces tem seus requisitos de largura de banda, latência e perda de pacotes. Isso precisa ser considerado quando pensar que esta rede vai convergir com a 4G, que tem somente o backhaul.

A Ciena tem roteadores para 5G que podem fornecer o backhaul do 4G para que as duas arquiteturas possam convergir. As soluções, denominadas xHaul, resultam em redes convergentes mais simples e rentáveis. Os novos roteadores 5164, 5166 e 5168 são baseados no Adaptive IPTM e interoperam com vários fornecedores. Estudos indicam que o TCO da rede pode ser reduzido em 30% com um ecossistema aberto.

Dos 7000 funcionários da Ciena, 1/3 trabalha em pesquisa e desenvolvimento de soluções ópticas e IP, o que permite à empresa colocar no mercado soluções inovadoras. A arquitetura Adaptive IP da Ciena, por exemplo, incorpora soluções físicas e virtuais, permitindo maior escala e flexibilidade para projetar, implantar e gerenciar redes IP.

Com a tecnologia 5G, as redes precisarão suportar aplicações como streaming de vídeo de ultra alta definição, Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), Realidade Virtual / Aumentada (AR / VR), entre outros serviços. A visão de rede adaptativa da Ciena ajuda as operadoras a modernizarem seus ativos de rede de maneira econômica, aproveitando as vantagens de tecnologias como Network Functions Virtualization (NFV), Segment Routing e edge computing para oferecer suporte eficiente aos negócios existentes enquanto se prepara para as novas aplicações.

Oportunidades para ISPs no leilão

Com os recursos de alta capacidade, baixa latência e desempenho garantido de ponta a ponta, o 5G abre novas oportunidades de serviços e aplicações. Com redes em locais onde as grandes operadoras não têm rede de fibra óptica, os ISPs têm a oportunidade de gerar novos negócios.

“Os ISPs transformaram o mercado brasileiro e o Inatel acredita no potencial desses provedores levando soluções com fibra para o interior do país”, comenta Carlos Nazareth Martins, diretor do Inatel.

O Instituto foi contratado por um consórcio de 250 ISPs para fazer um estudo sobre o universo de comunicações sem fio para os provedores e detalhar o quanto da estrutura dos ISPs está preparada para abrigar a tecnologia 5G. Após essa primeira etapa, o Inatel vai desenvolver um projeto de rede neutra para que os ISPs possam operar na tecnologia 5G.

“Vamos dar uma visão dos investimentos que precisarão fazer de forma conjunta para participarem do leilão e, depois, de forma independente, como cada um vai implementar sua operação sem fio, suportada pela operação óptica que já têm instalada”, explica Nazareth.

O leilão do 5G é o maior leilão de espectro do país. Serão vendidos mais de 1.200 MHz de frequências, nas faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz (o coração do 5G) e 26 GHz. O edital em análise no TCU estabelece que deverá ser instalado o 5G standalone e, outra novidade do leilão é o lote regional, que pode ser adquirido pelos ISPs. A iniciativa é boa, mas poucos ISPs têm condições de disputar o certame sozinhos, em função do preço e das obrigações associadas à faixa, o que levou a formação do consórcio. A ideia inicial é que o consórcio compre um lote da faixa de 3,5 GHz, seja regional ou não, ou na faixa de 26 GHs, que não traz compromissos de cobertura.

Para saber mais como a Ciena pode contribuir com os ISPs, acesse o vídeo: Monetização de investimentos 5G

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Da Redação

A Momento Editorial nasceu em 2005. É fruto de mais de 20 anos de experiência jornalística nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e telecomunicações. Foi criada com a missão de produzir e disseminar informação sobre o papel das TICs na sociedade.

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