Comef avalia que risco com crédito às famílias continua elevado

O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), do Banco Central, apontou que  o apetite ao risco das instituições financeiras brasileiras para o crédito às famílias permanece elevado, o que segue como ponto de atenção.
Comef avisa que risco de crédito é alto - Crédito: Freepik
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O Banco Central (BC) apontou que  o apetite ao risco das instituições financeiras brasileiras para o crédito às famílias permanece elevado, o que segue como ponto de atenção, conforme a ata da 51ª reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), realizada na semana passada. Alertou também  sobre a deterioração adicional do cenário global desde o último encontro do Comef, em setembro, com diversas implicações para a estabilidade financeira. A ata foi publicada hoje.

Segundo os membros do Comef, o ritmo de crescimento em modalidades de crédito mais arriscadas, como cartão de crédito e crédito não-consignado, segue alto, o que requer mais atenção em um ambiente de piora do comprometimento de renda e do endividamento das famílias.

Diante desse cenário macroeconômico considerado desafiador, várias autoridade monetárias estão adotando medidas contracíclicas para fortalecer a resiliência dos bancos. Ainda segundo o comitê, há sinais de desaceleração no mercado imobiliário das principais economias, a despeito dos preços de imóveis ainda estarem elevados para padrões históricos, caracterizando-se como fator de risco à estabilidade financeira.

“Os bancos centrais reiteram que as instituições financeiras estão preparadas para enfrentar eventual materialização de cenários adversos”, diz a ata do Comef.

“Ambientes de elevada incerteza, como o atual, favorecem que alguns riscos acumulados, especialmente no setor financeiro não bancário – decorrentes, por exemplo, da opacidade e da alavancagem elevada em fundos de pensão e hedge funds em algumas dessas economias – possam se materializar”, disse o BC na ata do Comef.

Nesse sentido, o comitê afirmou que as ações de BCs têm se mostrado importantes para endereçar disfuncionalidades temporárias e mitigar o risco sistêmico.

Mercados Globais

O colegiado ainda ressaltou o aumento da sensibilidade dos mercados globais a questões que afetem os fundamentos fiscais, inclusive em países desenvolvidos, como ficou claro no caso do Reino Unido. Esse fator também traz potenciais implicações para estabilidade financeira, pois favorece a materialização de cenários extremos de reprecificação dos ativos financeiros e consequente aumento dos custos de financiamento, público e privado.

Diante do risco de materialização de cenário extremos de reprecificação de ativos financeiros globais, o BC ainda alertou para o impacto relevante que as economias emergentes podem sofrer. “A combinação de inflação elevada, atividade em desaceleração e alta volatilidade nos mercados traz desafios para a comunicação das políticas monetária, fiscal e macroprudencial nesses países. A transparência, previsibilidade e credibilidade na condução dessas políticas são essenciais para mitigar os riscos sistêmicos.”

 

 

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Redação DMI

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