Comando da nova Nokia na AL tem mais Nokia do que Alcatel-Lucent
O processo de integração das empresas Nokia e Alcatel-Lucent começou em 14 de janeiro. O casamento prevê a união de estruturas de negócio em busca de sinergias de € 900 milhões. Conforme a companhia, os cortes serão pequenos e não devem ir além de setores administrativos, inclusive no Brasil e na América Latina, uma vez que os negócios são complementares.
A nova cadeia de comando será, essencialmente, composta por executivos da Nokia para a região. A companhia optou por uma estrutura comercial em que as diretorias atendem a grandes clientes ou grupos de clientes. Por enquanto, o quadro completo dos executivos não é revelado.
O que se sabe é que Dimitri Diliani, diretor geral para a região, terá como diretor de marketing e comunicações Fernando Carvalho, que era VP de estratégia para as Américas na Nokia, e Cleri Inhauser como diretor de estratégia e operações, que era diretor de vendas e GPO para a AL.
A companhia passa a ter, localmente, pelo menos sete diretorias comerciais. Elas são compostas por Raul Romero, que assume como diretor de vendas para a América Móvil; Bruno Leite, diretor de vendas para a Oi Brasil; Luiz Tonisi, que era Alcatel-Lucent, diretor de vendas para a Telefônica Brasil; Ângelo Guerra, diretor de vendas para a Telefónica Hispalat (latino-americana); Francesco D’Angelo, diretor de vendas para a TIM Brasil; Marcio Gerbovic, diretor de vendas para a região SUL ; Thomas Bertrand, que também era Alcatel-Lucent, diretor de vendas para a região Norte.
Javier Falcon, que comandava a Alcatel-Lucent, assume liderança de vendas em redes fixas para a região, e ficará sediado em Buenos Aires (Argentina). Outras lideranças da Alcatel-Lucent foram realocadas. Os projetos que vinham sendo tocados em P&D serão mantidos, como o recém-inaugurado laboratório de pesquisa em internet das coisas, criado em parceria com a Oi, no Rio de Janeiro. A unidade não será integrada ao Bell Labs, braço de P&D que veio da Alcatel-Lucent, mas terá contato direto com os pesquisadores de lá.
Após o casamento, a Nokia passa ter 5,2 mil funcionários na América Latina, a grande maioria vinda da Alcatel-Lucent. No Brasil, a empresa fica com 1,7 mil funcionários. A receita na região, com base em números de 2014, passa a ser de € 1,7 bilhão – a Nokia sozinha tinha receita de € 1 bilhão, e a AlcaLu, de € 700 milhões. O faturamento global da companhia, pro forma, foi de € 24,7 bilhões em 2014.
Nova fase
Segundo Fernando Carvalho, agora diretor de marketing e comunicações da Nokia, a empresa já começou um processo de reeducação dos funcionários. As equipes estão recebendo aulas sobre a união dos portfólios e as novas ofertas fim a fim que passam existir.
Ele diz que a perspectiva de crescimento na América Latina supera à do mercado norte-americano. “Vemos mais potencial de crescimento aqui. Somos otimistas com Brasil, México, Argentina e Colômbia. Os preços de banda larga estão caindo, e você vai tendo mais gente acessando LTE. Com isso, a quantidade de usuários em LTE só cresce”, diz, mesmo diante de um cenário macroeconômico e político conturbado.
No planejamento de longo prazo, a companhia aposta as fichas na internet das coisas, no 5G e em tecnologias ainda não imaginadas. “Com Alcatel-Lucent trazendo patentes e o Bell Labs, acreditamos que nos posicionamos de forma robusta para essa era de inovações que apenas começamos a imaginar”, conclui.