Com rede neutra, American Tower entra no mercado de infraestrutura ativa
Conhecida pela oferta de infraestrutura passiva para redes móveis no Brasil – e no mundo – a American Tower abriu definitivamente novas frentes de negócio quanto definiu seu modelo de exploração de redes neutras. Como contou hoje, 25, Daniel Laper, diretor de novos negócios e IoT da empresa, abriu-se oportunidade na oferta de redes ativas.
A diferença entre a infraestrutura passiva e a infraestrutura ativa está no investimento. Enquanto na rede passiva a empresa oferece torres para que as operadoras instalem e operem equipamentos, na rede neutra ativa, a ATC detém os equipamentos e os opera, exceto pelo trecho final, na casa do cliente.
Este modelo, aplicado à fibra óptica e à internet das coisas, ajuda as operadoras e ISPs a reduzir os aportes sob sua responsabilidade, trazendo racionalidade à implantação de redes no país.
“A gente lançou rede neutra IoT LoraWAN em 2018. Hoje essa rede está em mais de 280 cidades, cobrindo 67% do PIB, em todos os estados. No caso da fibra, em 2019 anunciamos nosso modelo de rede neutra FTTH e de rede ativa. O fato de ser ativa significa que vamos desde a eletrônica das OLTs até o acesso. Isso traz eficiência”, ressaltou o executivo. Com a rede neutra e racionalização dos investimentos, defendeu, há expansão da fibra por novas áreas, mais rápido.
A primeira implementação de rede neutra ativa já surgiu com a Vivo como cliente, em Minas Gerais. Neste caso, a Vivo faz apenas a ligação do poste à casa do consumidor (drop) e se responsabiliza pela instalação e manutenção do acesso no cliente.
Regulação, ainda não
No evento, Laper defendeu que Anatel não se apresse a regular o mercado de redes neutras. Para ele há diferença entre rede neutra, que trata de modo isonômico todos os interessados, e as redes compartilhadas das operadoras, que nascem já com um grande cliente âncora que vai orientar os investimentos.
Isso, no entanto, não justifica necessidade de regulação. “O tema do conflito de interesse, se existe, ainda é cedo para dizer. Nossa visão é que todo tema que envolve regulação precisa de muita cautela. Acreditamos que a autorregulação tende a ser mais bem sucedida”, observou.
Laper disse que, embora nos EUA a ATC já ofereça serviços de egde computing, no Brasil isso ainda não está no horizonte próximo. Segundo ele, ainda não houve demanda comprovada para este modelo por aqui. Mas, como no compartilhamento de fibra e de torres, ele considera o edge (borda). “O mercado vai evoluir nesse rumo, mas a gente entende que neste momento ainda não tem este tipo de demanda”, resumiu.