Com backbone nacional, Tely quer ser fornecedora de infraestrutura no 5G
Ao contrário de muitos provedores regionais, que começaram oferecendo serviços de banda larga fixa para clientes residenciais, a Tely, em seu estágio inicial, também tinha o propósito de prover conectividade no atacado. Naquela época, praticamente não havia concorrência e os preços cobrados por Mbps eram um impeditivo para a expansão dos provedores regionais (ISPs). “Desde o início trabalhamos fortemente para prover conectividade para os provedores e inovamos com uma forma diferente de ofertar o serviço”, lembra o CEO da Tely, Leonardo Lins.
O início da operação foi em 2004, na Capital João Pessoa (PB), mas logo a empresa expandiu rapidamente os negócios para diversas cidades da Paraíba e para outros estados do Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará, Sergipe, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Hoje está também na região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo), com um backbone nacional de 25 mil quilômetros, Pontos de Troca de Tráfego (PTT) em quatro estados, sendo um deles em Fortaleza, onde há muita demanda de ISPs, e tem planos de colocar novos pontos de presença nas regiões Sul e Centro-Oeste.
Mais recentemente, a Tely ampliou a capacidade de sua rede de dados entre Rio de Janeiro e São Paulo, com um novo sistema óptico coerente da Ciena, dimensionado com canais de 100 GHz, o que permite a operadora entregar 16 Tbps de transporte na nova rota (40 canais de 400 Gbps), utilizando-se de infraestrutura óptica de um gasoduto. Além de fácil escalabilidade, a rede tem alta confiabilidade e resiliência do sistema.
“Com o sistema óptico da Ciena em rede DWDM, a Tely consegue ampliar a capacidade de transmissão e assegurar que seus clientes tanto do atacado como do corporativo utilizem, por exemplo, transponders com capacidade de transmissão de até 400 Gbps por canal”, comenta o CEO.
Além de ISPs, a Tely atende grandes operadoras como Claro, Lumen, TIM e Vivo, carriers globais, como Seaborn, Globenet e Sparkle, além de grandes clientes corporativos e o segmento governo nos diversos estados em que opera. Um dos contratos é com a Globo, para a transmissão de dados entre os polos de conteúdo no Rio de Janeiro e São Paulo. Com o acordo, a Globo pode expandir a capacidade de transmissão, de 100 Gbps para 400 Gbps, utilizando-se do mesmo canal de 100 GHz da operadora, no sistema de canais DWDM fornecido pela Ciena.
O serviço de internet fixa por FTTH está, por enquanto, restrito a Paraíba, mas há planos de expansão para o futuro. A Tely planeja também a ampliação de rotas como Santos – São Paulo; São Paulo – Belo Horizonte; Rio de Janeiro – Belo Horizonte; Rio de Janeiro – Vitória e Vitória – Salvador, além de rotas para Brasília, Curitiba e Porto Alegre. A operadora conecta esses locais por meio de canais de alta capacidade, usando DWDM Ciena. O próximo passo é investir em eletrônica para iluminar as rotas.
Com 17 anos de operação, atuação em 11 estados e cerca de 200 cidades, a Tely se destaca como uma das poucas operadoras que tem um backbone nacional com gestão independente (sem estar associada à incumbents ou recursos de fundos de investimentos). “A iluminação das novas rotas com tecnologia de confiabilidade dará a empresa a garantia de continuar atendendo seus clientes com qualidade e mantendo a característica de neutralidade de rede, tão importante para alguns de nossos clientes”, comenta Lins.
Neste momento, a Tely está em negociações para usar seu backbone nacional para dar suporte aos participantes do leilão do 5G promovido pela Anatel. Com capilaridade e alta capacidade de tráfego, a sua infraestrutura torna-se competitiva para potenciais parceiros.