Vivo está disposta a comprar ISPs

Operadora fala em comprar ISPs onde houver complementaridade para sua rede óptica, mas com grande seletividade. Presidente da Vivo, Christian Gebara, ressalta que até o momento, planos de expansão da empresa e de rivais não cobrem as mesmas cidades.

A Telefônica Brasil está disposta a fazer novas aquisições no futuro próximo. O presidente da companhia, Christian Gebara, afirmou na manhã de hoje, 28, que a companhia analisa comprar provedores regionais de internet.

“Com Fibrasil podemos fazer fusões e aquisições. Mas precisamos encontrar candidatos com rede no padrão técnico, com a disciplina fiscal e financeira que nos interessa e com preço justo”, afirmou na conferência dos resultados no segundo trimestre.

Ele enfatizou que a Vivo não vai comprar nada que não seja complementar a sua estratégia de expansão da capilaridade da rede óptica. “Pretendemos comprar aquilo que faça sentido comercial e financeiramente”, afirmou.

Segundo ele, faz sentido empresas que tenham rede em cidades onde a Vivo tenha presença, mas não nas áreas do município onde a operadora já tenha construído. A seu ver, não faz sentido a construção de redes ópticas sobrepostas em uma mesma região.

Gebara também afirmou que a Vivo não teme o avanço de concorrentes sobre mercados onde já tenha ofertas ópticas. A seu ver, a rede da operadora é melhor, e o mix de produtos oferecidos, também. “Não detectamos overlaping [sobreposição] entre concorrentes na fibra. Muitos deles investem em cidades pequenas. Mas quando houver overlaping, seremos os vencedores”, afirmou.

O executivo diz que a empresa lança mão dos pacotes com IPTV e OTTs para se diferenciar e garantir a preferência do cliente onde houver sobreposição. “30% das pessoas compram com IPTV, é um produto ainda importante, e a maioria dos concorrentes [regionais] não tem essa oferta. Para quem não compra IPTV, temos parceria com Netflix e Disney+, e vamos anunciar novas nos próximos meses”, completou.

Veículo para investimentos

A Fibrasil é a empresa de infraestrutura de acesso óptico da Vivo fora do estado de São Paulo. Com 50% das ações pertencentes ao fundo canadense CDPQ, têm 25% do capital nas mãos da Telefônica Brasil e 25% nas mãos das Telefonica Infra, do grupo Telefónica da Espanha.

A Fibrasil, lembrou Gebara na conferência de resultados, acaba de ser constituída. O negócio foi selado no dia 2 de julho, depois que Cade e Anatel avalizaram o projeto. A empresa vai construir rede óptica seguindo o planejamento da Vivo, que poderá usar essa rede em regime de exclusividade por seis meses. Depois desse período, a Fibrasil poderá abrir a infraestrutura para outros interessados.

Gebara avisou que neste ano a Fibrasil vai passar fibra em 500 mil casas até o final deste ano. Atualmente, a empresa tem rede em 34 cidades e 1,6 milhão de casas passadas. Até 2024, será 5,5 milhões de casas passadas.

Outra opção às compras é usar a rede de parceiros. A Vivo já utiliza fibra óptica da American Tower em 29 cidades de Minas Gerais, em 11 cidades da antiga Phoenix Fiber, atual Fiberty1. E sua unidade de franquias atende 17 cidades com infraestrutura feita pelos franqueados.

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Rafael Bucco

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