CNI: escassez de insumos afeta 22 entre 25 setores da indústria

Há oito trimestres seguidos, a indústria cita a dificuldade de acesso a matérias-primas como o principal problema, segundo a CNI.
CNI: escassez de insumos afeta 22 entre 25 setores da indústria - Crédito: Freepik
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A escassez e o alto custo dos insumos, que atingem a indústria desde o início da pandemia, voltaram a interferir na produção de 22 dos 25 setores pesquisados pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) no segundo trimestre, conforme relatório que a entidade vai divulgar nesta quarta-feira, 27.

Segundo a instituição, a guerra na Ucrânia e os lockdowns em regiões industriais da China estão prolongando um problema que começou com a pandemia de covid-19, em 2020. Há oito trimestres seguidos, as indústrias citam a dificuldade de acesso a matérias-primas como o principal problema.

No segundo trimestre deste ano, o setor mais afetado foi o das indústrias de impressão e reprodução, com 71,7% das empresas citando o problema. Em seguida, vêm os setores de limpeza, perfumaria e higiene pessoal (70%) e indústrias de veículos automotores (69,8%).

Apenas três segmentos da indústria não mencionaram a falta ou os preços altos das matérias-primas como o principal problema. Entre as indústrias de couros e artefatos de couro o problema apareceu em terceiro lugar, citado por 37,2% das empresas entrevistadas. Nos segmentos de móveis (38,7%) e de manutenção e reparação (45,5%), o problema ficou em segundo lugar na lista.

A pesquisa revela, ainda, que os empresários acreditam que a situação se normalizará apenas em 2023.

Juros altos

Além dos gargalos no acesso a matérias-primas, a pesquisa da CNI revelou que a alta dos juros preocupa a indústria brasileira. Segundo o levantamento, 16 dos 25 dos setores analisados consideram as recentes elevações da taxa Selic (juros básicos da economia brasileira) como um dos cinco principais problemas econômicos.

Para segurar a inflação, o Banco Central elevou a taxa Selic de 2% ao ano, em agosto de 2020, para 13,25% ao ano atualmente. Na avaliação da CNI, a alta é excessiva e prejudica a produção, o consumo e o emprego, ao encarecer o crédito.

Segundo a CNI, a preocupação com a taxa de juros cresce há cinco semestres seguidos, sendo cada vez mais citada pelos empresários industriais. Na divisão por setores, os segmentos de produtos diversos e de veículos automotores mencionaram a Selic como o segundo maior problema atual. Nos setores de alimentos, madeira, máquinas e equipamentos, materiais elétricos, metalurgia, têxteis e vestuário e acessórios, o item ocupa o terceiro lugar.

(com Agência Brasil)

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Redação DMI

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