Claro vai investir R$ 40 bi no Brasil nos próximos cinco anos, diz Carlos Slim a Lula

Os investimentos estarão voltados para a expansão do 5G e da fibra óptica. Slim descartou qualquer interesse em comprar a rede de fibra da Oi, que está à venda, ou de qualquer outra empresa de banda larga no Brasil.
carlos slim
Carlos Slim Domit, presidente do Conselho de Administração (E); Carlos Slim,  fundador da América Móvil,; Lula; José Félix, presidente da Claro Brasil; Daniel Hajj, presidente mundial da AMX, Fábio Andrade, vice-presidente de Relações Institucionais da Claro Brasil.

Carlos Slim,  fundador da América Móvil, dona da Claro, anunciou hoje, 19, investimentos de R$ 40 bilhões nos próximos cinco anos no país, em reunião com o presidente Lula. ” Seguimos com planos de fazer investimentos importantes em telecomunicações dentro do país, com programas ambiciosos”, afirmou o executivo, que veio ao Brasil acompanhando de Daniel Hajj, presidente mundial da empresa, e de Carlos Slim Domit, presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva. Também integraram a comitiva José Félix, presidente da Claro Brasil e Fábio Andrade, vice-presidente de Relações Institucionais da operadora no Brasil.

Na reunião, que durou mais de uma hora e meia, estavam também presentes o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta. E Carlos Slim fez uma avaliação bastante positiva da economia brasileira. Para ele, a nossa economia está “cada vez melhor, com uma inflação muito reduzida”

Embora a sede da dona da Claro seja no México, Slim afirmou que o Brasil já galgou a posição de primeiro lugar para o grupo, que está presente em dezenas de países na América Latina. Segundo explicou, o México passa por uma situação mais difícil para o setor,  tendo em vista que a regulação impede a convergência de serviços.

5G e Fibra

Descartando qualquer intenção de fazer novas aquisições  no país- a Claro comprou há dois anos a base da rede móvel da Oi – , Slim disse que os investimentos programados serão todos destinados para a expansão da rede 5G de telefonia celular e ampliação da banda larga fixa por fibra óptica. “Não pretendemos comprar a Oi ou qualquer outra empresa”, afirmou.

Disse também que a Claro quer investir na oferta de novos produtos para empresas de todos os tamanhos (grandes, pequenas e médias) e oferecer maiores velocidades para os consumidores.

Ele observou que nos últimos cinco anos o grupo investiu mais no país – R$ 50 bilhões – mas explicou que o montante foi maior devido à aquisição da base da Oi celular e da aquisição de frequências do 5G no leilão da Anatel, realizado em 2021.

Big Techs

Para Calos Slim, a taxação das big techs deve ser usada como um instrumento para ampliar o acesso à internet e atender melhor os consumidores. “Quatro empresas são responsáveis por 70% do tráfego gerado e elas podem contribuir para se ampliar a oferta para os consumidores”, avalia. Ele defende uma alternativa parecida com a que está em debate na Europa, de taxação das grandes empresas de internet e criação de um fundo para atender políticas públicas. “Não é para beneficiar a gente, mas com a contribuição dessas empresas, poderia haver a melhor rede de telecomunicações do globo”, concluiu.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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