Claro traça plano para voltar a crescer em DTH no Brasil

CEO da América Móvil ressalta que operadora está reformulando negócio brasileiro no segmento a fim voltar a crescer. Em 2017, registrou queda de 1,7%.

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A Claro Brasil está reformulando a estratégia para vender serviços de TV paga por satélite no Brasil. Isso porque o segmento encolheu dentro dos resultados da companhia no último ano.

Daniel Hajj, CEO da América Móvil, holding mexicana dona da Claro Brasil, destacou que para retomar o crescimento foi criada uma nova estrutura na Claro no final de 2017. E, para administrar essa unidade de  DTH, foi chamado um executivo de fora do grupo.

“Estamos tendo desconexões na TV por satélite. Mas não queremos simplesmente aumentar o custo de aquisição de clientes, e daqui a dois, três, cinco meses, eles pararem de usar. Colocamos uma nova pessoa na liderança e ainda este ano vamos ter uma expansão no segmento”, previu Hajj.

Conforme Oscar Solís, diretor da América Móvil, o DTH manteve o market share porque todo o mercado de TV por satélite diminuiu no país. Mesmo assim, o desempenho precisa ser revisto. “Em banda larga fixa estamos indo bem. Na TV paga via cabo, também estamos crescendo. Mas na TV por assinatura via satélite tivemos uma retração de 1,7% ano a ano”, falou.

Conforme dados da Anatel, no entato, a queda pode ter sido maior. A Telecom Americas (como nomeia o grupo que reúne as operações de Net, Embratel e Claro no Brasil) tinha 1,9 milhão de assinantes de DTH em dezembro de 2017. O número é 25,5% menor que o registrado no mesmo mês de 2016, quando os clientes eram 2,55 milhões.

Longa distância e voz

Solís afirmou que, em 2017, as receitas com serviços de longa distância no Brasil caíram 26% dentro da companhia. Um reflexo da perda de interesse por serviços de voz e aumento do uso de VoIP. Ele espera, no entanto, uma guinada neste ano.

O crescimento deverá acompanhar uma retomada econômica no Brasil, acredita. O executivo se diz otimista e antevê reaquecimento do mercado de consumo brasileiro. Ao mesmo tempo, espera se beneficiar do que diz ser o maior diferencial da Claro. “Vamos continuar a apostar no quad-play. Temos os combos e continuamos a acreditar nos combos”, reforçou.

Investimentos

O CEO do grupo mexicano, Hajj, avisou que está finalizando o plano de investimentos para o ano. Segundo ele, a expectativa é despender US$ 8 bilhões em 2018, em todas as operações latino-americanas. Boa parte do dinheiro irá para a modernização do backbone da Claro Brasil.

Também serão feitos aportes na ampliação da rede móvel, com acrescimento de mais “mil a dois mil sites” no Brasil, disse. O dinheiro vai financiar, ainda, a expansão da banda larga na Argentina, a melhora da cobertura móvel no México e a compra de mais espectro.

A companhia vai continuar a reduzir os gastos nos países em que tem operação, entre os quais, o Brasil. Hajj diz que conseguirá isso com a digitalização do negócio. A empresa pretende terminar 2018 com sistemas de e-Care, e-Billing e e-Support funcionando em todas as unidades de negócio.

Compartilhamento com a Oi

Hajj comentou, ainda, a situação da rival Oi, no Brasil. Segundo ele, a operadora ainda tem lição de casa a fazer para reestruturar sua dívida, ou que deve acontecer ao longo de pelo menos três anos, avaliou. “Se querem e farão acordos de compartilhamento de infraestrutura com outras operadoras, não sei. Estamos abertos a isso, mas ainda não conversamos”, disse.

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Rafael Bucco

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