Claro: “roaming permanente não deve existir”

Eduardo Polidoro, diretor de IoT da Claro, contesta avaliação da OCDE e diz que roaming permanente resultará em evasão de divisas do país.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômica (OCDE) recomendou mês passado ao governo brasileiro que libere o roaming permanente. Mas a questão deverá enfrentar resistência das operadoras locais. A Claro, que historicamente se posiciona contrária à liberação, mantém seu posicionamento, conforme explicou hoje, 16, Eduardo Polidoro, diretor de negócios de IoT da companhia, durante live do Tele.Síntese.

O roaming permanente é aplicado à internet das coisas. Ocorre quando dispositivos estrangeiros, com chips de rede de teles de outros países, entram no território brasileiro e continuam a funcionar normalmente nas redes locais. Esse tipo de conexão é possível, por exemplo, para o rastreamento de cargas.

No Brasil, por posicionamento da Anatel, o roaming permanente é proibido. E para Polidoro, assim tem de continuar. “A nossa visão é que o roaming permanente não deve existir”, resumiu. Em sua avaliação, a modalidade traz sérios riscos às operadoras brasileiras e à arrecadação de impostos.

“O potencial da internet das coisas é realizar milhões de conexões. O roaming atrapalha porque acaba alocando recurso de rede que a gente não consegue prever, atrapalha o planejamento porque temos KPIs de qualidade. Então, acaba gerando prejuízo”, disse Polidoro.

Ele ressaltou ainda que a cobrança de tributos setoriais, como Fistel, onera a IoT oferecida pelas operadoras brasileiras, taxa que não seria cobrada das estrangeiras caso o roaming permanente fosse liberado, como propõe a OCDE.

E para o setor público, ainda há a possibilidade de menor geração de caixa para o Tesouro. “Tem a questão de evasão de divisas, uma vez que quem vem de fora, não tem que pagar Fistel”, diz.

Para ele, o eSIM é a solução definitiva, que já existe e deve se tornar padrão na IoT. O  eSIM, chip virtual embutido nos aparelhos, permite que o aparelho mude de operadora conforme a rede disponível. “A gente conecta há muito tempo os veículos da GM, que usam eSIM. O carro importado é cliente Claro, e quando chega aqui, sem necessidade de recall, é reconfigurado para usar a nossa rede. Por isso não consigo ver o valor de ter o roaming permanente [autorizado no Brasil]”, concluiu.

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Rafael Bucco

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