Claro investe em fibra e já tem 51 cidades com FTTH

Claro pretende aumentar a capilaridade na banda larga fixa. A meta é terminar o ano com mais de 1,5 milhão de homes passed em FTTH em quase 100 cidades. Para isso, adotou a estratégia de reúso da infraestrutura de transporte de longa distância.

Todas as operadoras brasileiras estão apostando alto na fibra óptica para crescer no mercado de banda larga fixa. A Claro também. A empresa começou seu projeto de FTTH residencial no segundo semestre de 2018 com um piloto na cidade paulista de Serra Negra. O piloto ajudou o grupo a conhecer o potencial do serviço, suas diferenças em relação ao cabo HFC – tecnologia na qual tem mais de 9 milhões de acessos – e dominar a engenharia necessária para a implantação.

Em janeiro, a companhia passou a instalar fibra até a residência do consumidor por todo o Brasil, em cidades onde a NET (agora marca dentro da Claro) não tinha presença. Hoje, as redes GPON da operadora estão ativadas em 51 cidades, conforme Marcio Carvalho, diretor de marketing da Claro.

A meta é fibrar quase 2 milhões de casas até o final do ano e dobrar o número de cidades com FTTH. Todas em novos mercados onde Claro ainda não vendia serviços da banda larga fixa, fazendo frente à expansão dos provedores regionais de internet. “São cidades carentes de infra de banda larga”, diz o executivo.

O número exato de novos clientes em fibra desde o início do projeto, ele não revela. Conforme os dados de maio da Anatel, a operadora tinha 150 mil clientes em fibra, mas boa parte disso podem ser corporativos que já usavam produtos da Embratel. Em cinco meses, houve adição de 35 mil acessos em fibra.

Para atingir a meta de 1,5 milhão de homes passed (casas alcançadas pela rede de fibra) até o final do ano, a Claro está recorrendo à estratégia de reúso de fibra. Esta estratégia consiste em conectar os acessos residenciais diretamente ao backbone óptico da Embratel, nas áreas cortadas pela rede de transporte de longa distância.

Resultados

Os resultados até o momento mostram que existe grande demanda. “Na média, conseguimos 30% de penetração na rede [o chamado take up] e 40% a 50% de market share na banda larga nestes locais” afirma Carvalho. A Oi, por exemplo, rival que tem também estratégia de reúso de fibra, calcula em seu plano estratégico que tenha um take up de 25%.

Marcio Carvalho, diretor de Marketing da Claro

Segundo ele, com o piloto a Claro conseguiu comprovar que o investimento em GPON vale à pena para a construção de novas redes onde ainda não atendia. “A rede de fibra é passiva, transmite o sinal a partir de uma central, não é suscetível a energia elétrica, então no total cost of ownership se mostra atrativo”, acrescenta. A empresa trabalha com muitos fornecedores, entre os quais, Huawei, Ericsson, Cisco, ZTE.

Futuro da rede híbrida

Onde a empresa já oferecia banda larga, o HFC supre a demanda. “A gente sempre usou a arquitetura híbrida, em que a fibra chega a um nó da rede, e de lá segue com o cabo coaxial para a casa do cliente. Com o aumento das velocidades, vamos instalando mais nós, e a fibra vai ficando cada vez mais perto da casa do cliente, então naturalmente os clientes HFC vão passar para a fibra pura em algum momento. Até lá, usamos a tecnologia DOCSIS 3.1, que está em pé de igualdade com o FTTH”, explica Carvalho.

Além da busca pelos clientes residenciais, a implantação GPON da Claro pensa também na densificação das redes para atender a banda larga móvel 5G. “A 5G vai trabalhar com mais estações, vai precisar de muita capilaridade dentro das cidades”, diz.

As ofertas de banda larga por fibra também usam tecnologia IPTV para distribuição de TV paga. A como já acontecia com os produtos em cabo coaxial, há previsão de venda de produtos para melhorar o sinal WiFi dentro das casas usando soluções Mesh.

[Atualizado após a publicação com o número exato de cidades cobertas]

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Rafael Bucco

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