Recessão e interconexão prejudicam resultado da Claro em 2016
O grupo Claro, que reúne a operadora de mesmo nome, a NET e a Embratel, divulgou nesta noite, 2, o balanço financeiro do quarto trimestre e do ano de 2016. A companhia registrou queda na receita líquida e manteve prejuízo.
No quarto trimestre a empresa faturou R$ 8,02 bilhões, 5,9% menos do que no mesmo período de 2015. O EBITDA, que é o lucro antes de impostos, amortizações e depreciações, caiu 4,1%, para R$ 2,29 bilhões. O prejuízo líquido mais que dobrou, atingindo R$ 714,3 milhões.
No ano, os resultados são um pouco melhores, mas ainda negativos. A receita líquida total obtida ao longo de 2016 foi de R$ 32,47 bilhões, 3,6% menos do que em 2015. O EBITDA ficou em R$ 9,85 bilhões (-7,1%), enquanto o prejuízo líquido encolheu 52,8%, para R$ 1,67 bilhão.
Segundo a companhia, este resultado financeiro melhorou em função da redução do impacto negativo da variação cambial. Em 2015, o prejuízo foi de R$ 3,55 bilhões.
Resultado normalizado
A Claro ressalta, no entanto, que os números acima não trazem dados de serviços de valor adicionado. Estes não entram na consolidação das operadoras e são responsabilidade de outra empresa do grupo América Móvil no país, cuja operação foi segregada em 2016.
Acrescentando estes dados, a receita teria caído um pouco menos, 2,8%, no quarto trimestre em relação ao mesmo período de 2015. E o EBITDA teria crescido 4,7%, para R$ 2,5 bilhões. No ano, a receita líquida teria ficado em R$ 33,6 bilhões (queda de 0,3%) e o EBITDA em R$ 10 bilhões (alta de 1,8%).
A retração da receita líquida teve impacto forte da redução das tarifas de interconexão, imposta pela Anatel a todas as operadoras. Também prejudicou o balanço, diz a Claro, a “conjuntura adversa verificada no país no ano de 2016, que sabidamente tem afetado a capacidade de consumo das pessoas e das empresas”.
Já o EBITDA normalizado cresce por que a empresa conseguiu realizar economias ao longo do ano. “É fruto de diversas medidas de melhoria de eficiência operacional e otimização de custos”, afirma.