Ceitec: acionistas prorrogam prazo para decidir futuro da empresa

Saída oficial do estado de liquidação ocorrerá em até três meses. Grupo de trabalho concluiu relatório pela retomada das operações, mas plano de recuperação ainda está pendente.

 

Ceitec, empresa pública de semicondutores, segue em estado de liquidação
Ceitec, empresa pública de semicondutores, segue em estado de liquidação | Foto: Divulgação

O prazo de liquidação do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), que se encerraria nesta quinta-feira, 10, foi prorrogado por até três meses. De acordo com informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a medida foi tomada pela assembleia de acionistas para dar mais tempo quanto aos detalhes para a tomada de decisão sobre o futuro da empresa. 

Em fevereiro deste ano, o governo criou um grupo de trabalho (GT) interministerial responsável pelo diagnóstico do cenário da instituição e estudo de alternativas para a reversão da liquidação do Ceitec. A conclusão dos trabalhos foram apresentadas ao MCTI na última semana, mas ainda sem traçar em detalhes sobre como a estatal deve se recolocar no mercado. 

De acordo com a pasta, passado o novo prazo é que os rumos da estatal serão definidos. “Após a saída do estado de liquidação, o Ceitec terá que elaborar um plano de recuperação das atividades, uma vez que a empresa está operacionalmente desativada”, disse o MCTI ao Tele.Síntese

O plano em questão deve contemplar “soluções para recursos humanos, investimentos, fornecedores, clientes, instalações, máquinas e equipamentos”, além de “apontar o caminho estratégico para a empresa voltar ao mercado”. 

Ainda segundo o MCTI, a recomendação do GT foi pela reversão do processo de liquidação e retomada operacional da empresa. “O GT entende que a retomada operacional do Ceitec constitui importante oportunidade para impulsionar o setor de semicondutores no país, aumentando sua competitividade e relevância no mercado global”, conclui a pasta em nota.

Cenário de paralisação

Em abril, o gestor do Ceitec, Gadelha Vieira, pontuou que um dos principais desafios da estatal será a recomposição do quadro pessoal. Segundo ele, praticamente toda a equipe de 70 projetistas de semicondutores foram demitidos durante o processo de liquidação. 

“Nós perdemos essa capacidade de design nesses dois anos em que nós estivemos sob o regime de liquidação. Esses profissionais inclusive estão sendo requisitados por várias empresas no mundo inteiro”, afirmou Gadelha durante debate sobre o tema

Enquanto ativo, as principais linhas de produtos e negócios do Ceitec foram a criação de chips, etiquetas, sensores e micromódulos. A identificação veicular representou 57.6% da produção e linhas de negócio. Outros 41,1% correspondiam a soluções de rastreio e identificação. 

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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