CCJ aprova Plano Nacional de Redes Elétricas Inteligentes

Tema foi analisado em meio a debate sobre quem pagará o custo pela modernização do sistema. Substitutivo prevê uso de fundo público.
Plano Nacional de Redes Elétricas Inteligentes conclui comissões na Câmara
CCJ da Câmara aprova Plano Nacional de Redes Elétricas Inteligentes | Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 30, o projeto de lei que cria o Plano Nacional de Redes Elétricas Inteligentes (PL 2932/2015). Esta foi a última análise do projeto em comissões da Casa e ele seguiria direto ao Senado Federal. Parlamentares contrários já afirmam que haverá requerimento para análise do tema em Plenário. 

A proposta, que recebeu 36 votos “sim” e 17 contrários, trata principalmente da troca dos medidores convencionais para modelos inteligentes, que permitem aplicações sobre o consumo (saiba mais abaixo). O ponto polêmico do texto é sobre quem vai pagar a conta. 

O parecer aprovado na CCJ, do relator Nicoletti (União-RR), prevê o uso de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A base governista discorda e teme aumento da conta paga pelos consumidores. 

“É óbvio que todos nós queremos a modernização e a inovação, mas tem que combinar com a qualidade do serviço público, com preços justos ao consumidor. E temos que avaliar em quais situações é razoável que se tenha, efetivamente, o uso do CDE, portanto, recurso público, para a modernização por parte das empresas”, disse Helder Salomão (PT-ES), que apresentou requerimento para retirada de pauta, mas foi rejeitado. 

Plano Nacional de Redes Elétricas Inteligentes

O projeto prevê  entre seus objetivos a redução de perdas elétricas, uso racional da infraestrutura, gerenciamento do consumo de energia elétrica pelos consumidores e, quando disponível, integração dos veículos elétricos ao sistema elétrico. 

A proposta autoriza a criação de incentivos regulatórios e fiscais para que as concessionárias substituam os medidores de consumo de energia eletromecânicos por “eletrônicos inteligentes” em até 15 anos após a publicação da lei.

A obrigação não incorpora todo o território nacional, mas sim “nas áreas onde houver justificativa econômica e condições técnicas, de acordo com metas anuais” definidas em  regulamentação posterior. 

Ainda de acordo com o PL, as concessionárias deverão “implantar sistema de comunicação entre cada medidor eletrônico e uma central de gestão da rede de distribuição inteligente”, que também deve seguir diretrizes de uma regulamentação específica. 

Outra possibilidade liberada no projeto é também a venda de excedente de energia elas unidades que possuem a própria minigeração.

Veja a íntegra do projeto neste link

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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