Carteira de crédito com recursos direcionados deve crescer 12,1% no ano
A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra que a projeção de crescimento para a carteira de crédito em 2024 teve uma revisão positiva, passando de uma alta esperada de 10% na edição de junho para 10,3%.
Realizada com 20 bancos, entre 7 e 12 de agosto, a pesquisa aponta que as projeções avançaram entre todos os segmentos. O aumento significativo da perspectiva para a carteira de crédito se deu com os recursos direcionados, aqueles destinados por bancos públicos ao financiamento imobiliário ou ao crédito rural ou empresarial. O crescimento esperado desse segmento passou de 11,3% para 12,1%.
Ao observar separadamente a carteira direcionada destinada às empresas, a estimativa de crescimento passou de 11,7% para 12,6%. Já a carteira direcionada voltada às famílias teve a estimativa revisada de 10,9% para 11,6%.
A carteira livre teve uma leve alteração positiva, de 9,2% para 9,5%, puxada, principalmente, pelo crédito destinado às famílias (de 10,6% para 11%). A expectativa de alta da carteira livre para empresas ficou estável em 7,4%.
“Na primeira edição de 2024 da Pesquisa de Economia Bancária, feita em fevereiro, a expectativa de crescimento para a carteira total era de 8,4%, e agora passou para 10,3%, movimento que pode ser explicado pelos números positivos observados no 1º semestre, num ambiente de juros e inadimplência menores”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
De acordo com o executivo, os estímulos destinados à recuperação do Rio Grande do Sul no segundo semestre do ano também justificam a revisão, especialmente na carteira com recursos direcionados, bem como o mercado de trabalho aquecido e aumento da massa salarial, que beneficia o crédito destinado para o consumo.
Já em relação à taxa de inadimplência da carteira livre, a pesquisa da Febraban capturou estabilidade na projeção para 2024, com a média das projeções permanecendo em 4,4% da carteira – o indicador está em 4,6%, segundo dados de junho do Banco Central.
Taxa de juros
A pesquisa da Febraban ouviu também a opinião dos bancos sobre a manutenção da taxa de juros a 10,5% ao ano. Para 85% dos participantes da pesquisa, foi adequada a atitude do Copom de manter a Selic inalterada e de não indicar de forma concreta uma alta dos juros no curto prazo. (Com assessoria de imprensa)