Caram aponta falta de soluções de redes privativas para pequenas e médias empresas

Superintendente de Outorga da Anatel participou do congresso IoT e Redes Privativas, realizado pelo Tele.Síntese. ‘Está faltando um integrador’, cobrou.

O superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Anatel, Vinícius Oliveira Caram Guimarães, defende maior atenção das prestadoras de redes privativas para PMEs empresas. Ele falou sobre o tema durante painel do congresso IoT e Redes Privativas, realizado pelo Tele.Síntese na manhã desta sexta-feira, 26.

De acordo com Caram, o setor precisa de “um integrador de soluções” para melhorar aplicações e promover ganho de escala.

“Quando eu falo que a Vale vai adquirir, ou a Petrobras, isso é natural que ocorra, porque são empresas que movimentam fortemente nosso PIB. Mas quando eu vou para as outras milhares de empresas no Brasil [ pequenas e médias empresas ], alguém tem que ir lá e capacitar, informar sobre os potenciais, sobre qual é a melhor solução”, afirmou o superintendente.

Caram também destacou como o mercado atua de forma diversa. “Não adianta uma empresa querer usar uma solução LoRaWan, uma outra empresa usar wi-fi 6E, a outra usar o 5G, assim eu vou criando nichos que acabam não tendo ganho de escalas”, opinou.

“Obviamente, cada aplicação tem uma necessidade. Em uma em preciso ter algo medido em tempo real, em outra posso coletar no final do dia, mas ter um ecossistema onde eu consigo ganhar a escala na solução acho que é o primeiro passo. Não adianta querer uma solução isolada que eu vou ter equipamentos caros e soluções ao cliente que está contratando mais customizando de forma mais onerosa”, afirmou o superintendente.

Debate

Ao comentar o desafio de integração,  Luciano Saboia, gerente de Pesquisa e Consultoria em Telecomunicações da IDC Brasil, reforçou que “há situações diferentes para empregar a conectividade de acordo com a necessidade da empresa”.

“Eu vejo muitas vezes esse tema de conectividade de rede como um alvo muito determinado para o agente regulador e para as operadoras, quando na verdade nós precisamos ter uma discussão séria sobre o ecossistema e não é só o ecossistema somente envolvido com rede”, disse Saboia.

O gerente de pesquisa complementou que “o leque de redes privadas e tecnologias abrem possibilidade para outros agentes [além das operadoras] também prestarem serviço de rede conectividade”.

“A crítica que nós mais ouvimos é que não existe um ecossistema com todos esses componentes capaz de integrar uma solução em qualquer ambiente ou em qualquer área do Brasil, dado que temos um desafio territorial enorme. Acho muito pertinente a gente não ancorar esse tema somente em responsabilidades de rede, porque estamos falando de arquiteturas de TI”, concluiu Saboia.

Diego Aguiar, diretor de Operações da Telefónica Tech, citou que a empresa busca suprir a demanda do mercado por integração, oferecendo um serviço “orquestrador de dispositivos e dados”.

“Causa certa fricção na jornada quando você tem que integrar com diversos fatores para construir a sua solução. Eu concordo integralmente com ele [Caram]. Se você não tem esse ecossistema orquestrado e entregue ao cliente como uma solução final, a jornada tem certa fricção”, disse Aguiar.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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