Campos Neto prevê inflação de 6,5% em 2022
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, previu nesta terça-feira, 23, que a inflação chegará a 6,5% ou um pouco menor este ano, em meio a medidas do governo que reduziram os impostos sobre os principais bens.
A estimativa é mais otimista do que as expectativas de economistas do mercado financeiro para a inflação, de 6,82%, segundo o boletim Focus desta semana, mas ainda acima da meta oficial de 3,5%, mais ou menos 1,5 ponto percentual.
“Este ano, a inflação vai ficar em torno de 6,5%, talvez um pouco menor. Não estamos comemorando isso com muita intensidade, ainda achamos que há um trabalho muito árduo a fazer”, disse Campos Neto durante evento sobre investimentos no Chile.
Com o impacto da redução das alíquotas de ICMS sobre os preços de combustíveis e energia elétrica, o Brasil teve deflação de 0,68% em julho, de acordo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mesmo com a queda mensal, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil, continua em dois dígitos no acumulado de 12 meses. Até julho, a alta ficou em 10,07%.
Segundo o chefe do BC, o índice deve registrar dois ou três meses de deflação, muito impactado pelas medidas fiscais e preços mais baixos da energia, enquanto o alívio do preço do petróleo levou a cortes consecutivos de combustível no país. Como algumas medidas do governo expiram em dezembro, Campos Neto disse que haverá “um retorno” para a inflação em 2023.
A autoridade monetária elevou as taxas de juros para 13,75% de uma baixa recorde de 2%, em março de 2021, e recentemente deu sinais de que interromperá seu aperto monetário na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro.
Campos Neto disse que o núcleo da inflação começou a moderar, e os formuladores de políticas preveem “preços administrados caindo e os preços dos alimentos mais ou menos se estabilizando”.
Apesar disso, ele destacou que os formuladores de políticas ainda esperam ter algum grau de certeza de que a inflação está atingindo um ponto de inflexão.
(com Reuters)