Câmara aprova PL que restabelece voto de qualidade no Carf

Substitutivo analisado incorpora parte do acordo entre OAB e Fazenda. Texto segue para o Senado.
Câmara aprova PL que restabelece voto de qualidade no Carf | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil.
Relator do PL do Carf na Câmara, Beto Pereira, lê relatório na tribuna. | Foto Lula Marques/ Agência Brasil.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta sexta-feira, 7, o projeto de lei que retoma o voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), prerrogativa dada ao representante da Fazenda Nacional para desempatar os julgamentos dando resultado favorável à União. O mecanismo foi extinto em abril de 2020, desde então,  o contribuinte é quem ganha a causa em caso de desempate.

O texto que agora vai ao Senado Federal é um substitutivo do relator, Beto Pereira (PSDB-MS) ao Projeto de Lei (PL) 2384/2023, de autoria do Poder Executivo. Ele fez alterações para incluir parte do acordo firmado entre a Fazenda Nacional e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Nacional sobre o tema.

Pela versão aprovada, em caso de julgamento decidido por voto de qualidade, as multas de ofício que ultrapassem o limite de 100% do valor do tributo devido devem ser excluídas e a representação fiscal cancelada.  O devedor também tem a possibilidade de autorregulação da dívida, com exclusão dos juros, e opções de parcelamento.

Segunda tentativa

A regra atual, que favorece os contribuintes, foi implementada por meio da Lei 13.988 de abril de 2020, que trata da renegociação de dívidas tributárias com a União. O novo governo tentou revisar o mecanismo por meio de Medida Provisória (MP 1160/23), mas não recebeu apoio.

A MP, 1160/23, também foi criticada por diversas áreas da economia, entre eles a de telecom, inclusive citado entre as prioridades legislativas da Conexis como prejudiciais ao setor.

No mesmo mês em que a MP foi apresentada, em janeiro deste ano, o texto foi alvo de uma ação direta de inconstitucionalidade aberta pela OAB no Supremo Tribunal Federal (STF) e resultou no acordo firmado entre a entidade e a Fazenda Nacional perante a Corte ainda em fevereiro. Já a MP, perdeu a validade em 1º de junho.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura dos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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