Cade aprova associação entre Claro e Serasa no mercado de análise de crédito
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrição, acordo entre a Claro e a Serasa Experian. O contrato estende por 30 meses uma parceria em fase de testes, por meio da qual a operadora fornece dados dos usuários de seus serviços para o bureau de análise de crédito. A Serasa utiliza, então, os dados no “desenvolvimento e oferecimento de novos serviços e soluções que tenham por finalidade proteção ao ciclo de crédito e prevenção a fraudes”. Em razão da parceria, a Serasa fará investimentos no desenvolvimento de tecnologias e soluções que possam agregar valor aos dados da Claro.
De acordo com o parecer, em 2019 a Claro iniciou a oferta de serviços de proteção ao crédito a um número limitado de clientes. Iniciativa ainda em fase de testes. Conforme o Cade, o faturamento da Claro com o produto foi irrisório, “dado que a mesma ainda não consiste em um player efetivo nesse mercado, ao menos não a ponto de concorrer na prática com um bureau das dimensões da Serasa”.
As empresas afirmam que a operação não suscita riscos de fechamento de mercado, pois informações semelhantes podem ser obtidas de diversos outros players do mercado; mantém a independência das requerentes na oferta de produtos e serviços em seus respectivos mercados; e viabiliza a oferta ao mercado de novos produtos e serviços, que terão sua qualidade aprimorada como resultado da operação.
Com isso, a Superintendência-Geral do órgão antitruste analisou o potencial risco concorrencial relativo ao fechamento de mercado para bureaux concorrentes das empresas e entendeu que essa possibilidade não seria confirmada em razão da aprovação da operação, principalmente pelo fato de que hoje não existem contratos vigentes entre a Claro e demais empresas para comercialização das informações as quais serão fornecidas de forma exclusiva para a Serasa.
A SG tampouco identificou preocupações relacionadas à potencial sobreposição horizontal entre as requerentes, tendo a vista a baixíssima participação da Claro (virtualmente zero) no mercado em referência.
Com esse entendimento, a SG recomendou a aprovação da operação sem restrições.