Cade aprova aquisição da Credz pela DM

Empresa tem dívida de R$ 3,5 bilhões. Acordo prevê que credores convertam 70% da dívida em sub-holding que receberá lucros da DM
Cade aprova aquisição da Credz pela DM
Com aquisição da Credz, DM deve concentrar 3,5 milhões de cartões | Foto: Freepik

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição da empresa de crediário varejista Credz pela concorrente DM Financeira, sem restrições. O despacho do ato de concentração foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 17.

A venda foi a solução encontrada pela Credz diante de uma dívida de R$ 3,5 bilhões. O acordo prevê que os credores convertam 70% do valor em uma sub-holding que receberá 25% dos lucros da DM nos próximos 10 anos. O restante, R$ 180 milhões, continuarão com a Credz como passivo.

Ainda conforme o acordo, a Visa – bandeira dos cartões Credz – prevê aporte de R$ 500 milhões como capital de giro.

A Credz, criada em 2012, soma cerca de 1,2 cartões ativos em lojas de diversos segmentos, como roupas, materiais de construção e clínicas. Entre as empresas parceiras estão TNG, Polo Mear e Espaçolaser.

Com a incorporação, a DMCard concentrará mais de 3,5 milhões de cartões, se tornando a maior do ramo no Brasil como administradora independente. Entre seus maiores clientes estão redes de supermercados e farmácias. A empresa também vem oferecendo contas digitais.

O processo foi protocolado no Cade na primeira semana deste ano. Em declarações à imprensa, a DM informou que a expectativa é de que a transação seja concluída até o final de março deste ano. Além do Cade, a aquisição ainda precisa passar pelo Banco Central.

A dívida

Segundo analistas, um dos fatores que influenciaram o endividamento da Credz foi o impacto da alta da Selic, que saltou de 2% para 13,75% entre o início de 2021 e meados de 2022. Isto porque a empresa presta serviço principalmente para pessoas de baixa renda.

Em setembro do ano passado, a empresa deixou de pagar nota comercial de R$ 82 milhões ao banco BV. Diante do inadimplemento, a instituição financeira moveu pedido de execução extrajudicial de penhora de bens e aplicações financeiras, o que desencadeou a expectativa de debenturistas por antecipação de vencimentos. A partir de então, a empresa procurou saídas que acabaram culminando na venda.

Com agências*

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Da Redação

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