Cabos submarinos: Seaborn avalia parceria com rede neutra e recalcula rotas de derivação

Projeto de implementação de novo ponto de aterrissagem em Recife passa por 'reformulação', mas empresa segue mirando a região Nordeste do Brasil
Recife (PE) é uma das rotas em estudo para a operadora de cabos submarinos Seaborn (Foto: Divulgação)

A Seaborn Networks, detentora de 250 mil km de cabos submarinos de fibra óptica no mundo, está recalculando as estratégias no Brasil. A empresa avalia novas rotas de aterramento no Nordeste e também está aberta a firmar parcerias com operadores de redes neutras.

Em 2020, a empresa anunciou que implementaria um ponto de aterrissagem do cabo Seabras-1 – Nova York a São Paulo – em Recife, com previsão de ativação em 2021. No entanto, Michel Marcelino, Head da Seaborn na Latin America, afirmou ao Tele.Síntese, durante o Futurecom 2022, que esse projeto passou por mudanças.

“Segue sem prazo. A Seaborn está reavaliando o projeto como um todo. Estamos fazendo um estudo, porque esse projeto pode ser maior. Pode ser não só Recife, podem vir outras cidades”, disse Marcelino.

De acordo com o executivo, a empresa tem olhos voltados para Fortaleza (PE), Salvador (BA) e Vitória (ES). Há ainda a possibilidade de conexão entre as principais capitais pela costa do Brasil.

Redes neutras

Recentemente, a V.tal, que possui a maior infraestrutura de fibra instalada no país, incorporou a operadora de cabos submarinos Globenet. A Seaborn, por sua vez, afirma que também está em contato com empresas de rede neutra.

“Temos conversas acontecendo. Precisamos ver como podemos oferecer soluções completas aos ISPs. Muitas vezes, o fornecedor de redes neutras, alguns deles, não tem capacidade internacional. Dependendo do nível de sofisticação e de crescimento desses ISPs, vão precisar de capacidade de trânsito e, em alguns casos, muitos deles, os grandes, já estão olhando conectividade internacional para se conectarem com pontos de troca de tráfego específicos para melhorar a experiência do consumidor final”, afirmou Marcelino.

A incorporação das redes submarinas foi um dos pontos apontados como tendência pelo executivo durante painel apresentado no Futurecom. Apesar de enxergar o potencial das parcerias, a Seaborn estuda o mercado;

“Ainda estamos entendendo o modelo [de redes neutras], ainda é muito incipiente, mas a hora que esse modelo começar a ser explorado, com mais players, mais consumidores finais, a gente acredita que aí existam oportunidades de entrarem parceiros que se complementam”, disse Marcelino.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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