BSS full-stack da Ericsson encalha e empresa anuncia cortes
A Ericsson avisou o mercado hoje, 9, que sua plataforma de BSS não está vendendo como deveria. O desempenho está tão ruim que a empresa prevê um impacto negativo nas receitas do segmento de serviços digitais, que pode não retomar o crescimento até 2020, contrariando meta definida ano passado.
A empresa afirma que, no segmento de serviços digitais, tem 45 projetos que não são rentáveis. Estes precisam ser redefinidos, a fim de promover o turnaround desta unidade de negócio. Além disso, a plataforma de BSS “Revenue Manager”, lançada ainda em 2016, nunca decolou. A plataforma não foi comprada por nenhum cliente. “A demanda prevista de uma solução BSS full-stack pré-integrada não se materializou”, diagnostica a fabricante no comunicado.
Sem demanda, o desenvolvimento do produto parou no tempo, o que acabou tornando a ferramenta “menos competitiva”. Desenvolvimentos foram postergados, gerando perdas em “projetos complexos de transformação”, acrescenta a Ericsson.
Para sanar o problema, a empresa acelerou mudanças no departamento de BSS no final do ano. As mudanças levarão a perdas de 6,1 bilhões de coroas suecas (cerca de US$ 687 milhões) apenas no quarto trimestre de 2018. E cerca de US$ 340 milhões foram gastos em custos de reestruturação (que incluem, entre outros, indenizações aos funcionários que serão demitidos, rescisões contratuais e baixas contábeis). Ao longo de 2019, a empresa estima mais perdas de US$ 125 milhões. O balanço financeiro detalhado será divulgado em 25 de janeiro.
Já em novembro a companhia havia informado o mercado de que estava redefinindo a estratégia para BSS, investindo no Ericsson Digital BSS, ferramenta com clientela maior e capaz de efetuar o billing, a cobrança, a mediação, o gerenciamento de pedidos e a catalogação de produtos – mas sem ser full-stack.
A Ericsson espera que o setor Serviços Digitais retome o crescimento em 2020, na casa de um dígito. E que atinja a meta de crescer entre 10% e 12% ao ano até 2022.