Brasileiros sacaram mais da poupança em 2021

Os saques superaram os depósitos em R$ 35,497 bilhões. Ao todo, somaram R$ 3,445 trilhões e os depósitos totalizaram R$ 3,410 trilhões.
Mulher conta notas de cinquenta reais - Crédito: Freepik
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Os saques na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 35,497 bilhões em 2021, de acordo com informações divulgadas pelo Banco Central. Ao todo, os saques somaram R$ 3,445 trilhões, enquanto os depósitos totalizaram R$ 3,410 trilhões.

Pressionada pelo fim do auxílio emergencial, pelos rendimentos baixos e pelo endividamento maior dos brasileiros, a caderneta de poupança registrou, em 2021, a terceira maior retirada líquida da história.

A saída líquida de recursos em 2021 é inferior somente às registradas em 2015 e 2016, quando, respectivamente, os saques superaram os depósitos em R$ 53,568 bilhões e R$ 40,702 bilhões.

Em 2021, a poupança registrou resultado positivo nos meses de abril, maio, junho, julho e dezembro. Em dezembro, os depósitos superaram os saques em R$ 7,660 bilhões.

Entre janeiro e março deste ano, houve retirada líquida de R$ 27,542 bilhões da poupança.

O período coincidiu com as despesas de início de ano (IPTU, IPVA, matrícula e material escolar) e com a ausência do pagamento do auxílio emergencial, que acabou em dezembro de 2020 e voltou a ser pago pelo governo federal em abril de 2021.

De agosto a novembro, houve mais uma retirada líquida de R$ 32,995 bilhões da poupança, segundo o BC.

Comparação com 2020

Em 2020, a caderneta tinha registrado capitação líquida – diferença entre depósitos e retiradas – recorde de R$ 166,31 bilhões. No ano retrasado, o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, depositado em contas poupança digitais, inflou o saldo da poupança. A instabilidade no mercado financeiro no início da pandemia de covid-19 também aumentou temporariamente as aplicações na caderneta.

Rendimento

Até o início de dezembro, a poupança rendia 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia). No mês passado, a aplicação passou a render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 9,25% ao ano.

O aumento dos juros, no entanto, foi insuficiente para fazer a poupança render mais que a inflação. Em 2021, a aplicação rendeu 2,99%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 10,42%.

(com Agência Brasil)

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Redação DMI

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