Brasileiro usa mais chamada por vídeo do que por voz dentro de apps de mensagem

Consultoria Ovum afirma que operadoras entregaram mercado de videochamada para OTTs ao não desenvolver serviços de videochamada com qualidade e preços baixos, a exemplo do que aconteceu com SMS e voz.

Mais brasileiros dizem fazer chamadas em vídeo do que por voz dentro de aplicativos de mensagem, conforme levantamento recente realizada pela empresa Ovum. De acordo com os dados presentes no relatório Digital Consumer Insights 2018, 72% dos entrevistados afirmam ter feito ao menos uma chamada em vídeo usando um app no smartphone no último mês. Já 53% dizem ter feito uma chamada de voz.

O gráfico acima compara os dados do levantamento em diversos países. Foram entrevistadas 5.121 pessoas no Brasil, na China, na África do Sul, no Reino Unido e nos Estados Unidos. A China é o país onde a videochamada feita via apps é mais usada. O Brasil vem em seguida.

O relatório recorta as chamadas feitas dentro de apps de mensagem por um motivo: ainda é mais usual realizar ou receber chamadas via celular tradicional. Com o recorte, a Ovum pretende compreender como os aplicativos de mensageria estão sendo mais usados.

A consultoria ressalta, no entanto, que a demanda da videochamada por app (batizada temporariamente de VCoIP, de video calling over internet protocol) é alta em função da falha de operadoras móveis em oferecer um serviço equivalente de baixo custo e de qualidade. A conclusão do relatório é de que este é outro mercado que as operadoras já podem considerar perdido para as OTTs.

“É uma notícia ruim para as teles porque, além de terem perdido receita com uso de serviços VoIP, o VCoIp também é capaz de canibalizar receitas com voz tradicional. Se isso se confirmar, os serviços de voz tradicionais tendem a se tornar uma retaguarda, ou quem sabe, uma relíquia das comunicações”, diz o relatório.

A Ovum aponta que as operadoras tem os serviços de voz não apenas estão ameaçados em nova frente, como cederam de bandeja um novo mercado para as OTTs. Mas o material vê alguma luz no fim do túnel para as operadoras. Afirma que é possível conter o avanço caso um serviço equivalente, que use a rede da operadora, seja criado logo a um preço equivalente. “Caso contrário, é preciso reconhecer a derrota e se retirar”, diz a análise.

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Da Redação

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