Brasil é maior alvo de ataques cibernéticos na América Latina

Região registra mais de 1,5 mil ataques de malware por minuto. Golpes com mensagens fraudulentas (phishing) explodem em todos os países

Crédito: Freepik

O Brasil é o maior alvo de ataques cibernéticos da América Latina, conclui relatório da empresa de segurança Kaspersky. A empresa diz que 2.366 ataques de malware e 110 mensagens fraudulentas foram bloqueados por minuto na América Latina em 2022, dos quais, mais de 1,5 mil apenas no Brasil.

As conclusões destacam que a região se tornou um polo importante no cenário de ameaças financeiras no mundo e a pirataria voltou a ser um dos principais vetores de infecção.

Os ciberataques na região tiveram grandes variações durante a pandemia. Entre janeiro e setembro de 2020, houve um aumento de 64% nos bloqueios dos ataques usando malware. Seguida por uma queda de 39% entre setembro de 2020 e janeiro de 2022, quando a atividade maliciosa retornou ao nível pré-pandemia. Considerando os oitos primeiros meses de 2022, foram registrados um total de 817 milhões de tentativas de ataques na América Latina, representando 2.366 bloqueios por minuto.

O Brasil se destaca como o que mais sofre ataques de malware, com 1.554 tentativas por minuto ou 65% de todos os bloqueios na região. Seguido pelo México (298 tentativas), Peru (123 tentativas), Colômbia (84 tentativas), Equador (84 tentativas), Argentina (30 tentativas) e Chile (28 tentativas). Entre as principais ameaças, a pirataria aparece como uma grande preocupação , seguida pelos adware (que mostram propaganda indesejada).

Infelizmente, verificamos o aumento da pirataria como um dos principais vetores de infecção. Apesar de entender que esse movimento é um reflexo da crise econômica que afeta as pessoas e as empresas, temos que alertar que a economia com licença de programas não justifica o risco de ser vítima de outros golpes, como ransomware ou roubo de dados financeiros”, alerta Fabio Assolini, diretor da Equipe de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.

O estudo também destaca a importância que a América Latina ganhou no cenário global de golpes financeiros (trojans bancários). “Enquanto a tendência mundial é de queda desses ataques, na região houve um aumento quando comparamos os 127 mil bloqueios registrados em janeiro de 2021 contra os 174 mil de agosto de 2022. Na média, 5.216 tentativas de infecção de trojans bancários foram impedidos por dia”, detalha o diretor.

O diretor da equipe de pesquisa destaca ainda outra conclusão importante do estudo: as ameaças online latinas estão mirando mais para os equipamentos móveis do que para os computadores. Nos últimos 12 meses, foram registradas 6.394 tentativas de ataque por dia contra dispositivos com o sistema Android na região. 

Apesar da popularidade dos programas maliciosos no setor de cibersegurança, a maior ameaça na América Latina é o phishing, mensagens enviadas por e-mail, SMS e  por redes sociais  como o WhatsApp.

O estudo mostra que nos primeiros oito meses de 2022, foram bloqueados 38 milhões de acessos a links fraudulentos. Este número representa 75% das tentativas de ataques de phishing em 2021, quando se registrou um total de 52 milhões. 

Novamente, o Brasil é o país mais atacado na América Latina, seguido pelo Equador, Peru, Colômbia, Chile, Panamá, Guatemala, Paraguai e México.

Analisando os dados dos oito primeiros meses de 2022 contra os oito primeiros meses de 2021, verificamos que houve uma explosão nos ataques de phishing em toda a região. A Guatemala um é dos países com maior crescimento dessa ameaça (188%) e ela é seguida por Peru (157%), República Dominicana (129%) e Colômbia (127%). O Brasil aparece na última posição com 12% de aumento, porém é onde há mais ataques desse tipo”, ressalta Fabio.

Por fim, o estudo mostra quais são os principais interesses dessas mensagens fraudulentas: 27% buscam roubar credenciais de internet/mobile banking, 22% visam roubar credenciais de redes sociais, 18% roubam credenciais de serviços online (loja online, streamings etc), 9% usam temas de serviços financeiros para roubar senhas e 7% querem dados de pagamentos (cartão de crédito). (Com assessoria de imprensa)

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Da Redação

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