Brasil está “alguns anos atrasados” em IoT, alerta a Qualcomm

Presidente da Qualcomm para a América Latina revela a nova abordagem da fabricante, que tem o objetivo de fornecer não apenas chips para celulares, mas também para infraestrutura, computadores, servidores e dispositivos conectados ao metaverso.

O presidente da Qualcomm para a América Latina, Luiz Tonisi, alertou nesta terça-feira, 30 que o Brasil precisa acelerar a implantação de desenvolvimento de internet das coisas.

“O Brasil está alguns anos atrasado em função de problemas regulatórios do passado, Fust e Fistel [represados”, afirmou. O executivo apresentou nesta manhã keynote no evento IoT e Redes Privativas, organizado pelo Tele.Síntese.

Tonisi, no entanto, é otimista quanto ao futuro e afirmou que é possível recuperar o tempo perdido. “Com a chegada da 5G o preço da conectividade cai, teremos milhões de objetos conectados por quilômetro quadrado”, ressaltou.

Ele defendeu que o 5G será muito utilizado para prover acesso de banda larga a domicílios por meio da tecnologia FWA, onde não houver fibra. Ainda um método caro de conexão, O executivo acredita que compensará ao longo do tempo, conforme as novas redes cresçam.

“O 5G não vem para substituir a fibra. Mas onde não tiver fibra, e tiver os 5G, é uma rede só, um Capex só, para atender o consumidor do móvel e da banda larga fixa, o que torna a solução muito viável ao longo do tempo”, ressaltou.

Metaverso e computação de borda

Tonisi preferiu não entrar em detalhes a respeito dos problemas que fizeram o Brasil não liberar todo seu potencial nos últimos anos. Mas diz que de agora em diante as oportunidade estão aí para ser agarradas.

O executivo contou que a Qualcomm tem como plano não apenas seguir como principal fabricante de dispositivos móveis, mas que retornou à infraestrutura com o objetivo de tornar as redes móveis desagregadas (open RAN) mais eficientes.

Para tanto, a empresa desenvolveu placas de processamento que substituem TPUs e consomem menos energia, tornando a borda mais eficiente do que hardware de computação tradicional e agnóstico, aproximando a eficiência dos sistemas proprietários.

Ele também destacou que a Qualcomm aposta firme no conceito de metaverso, o ambiente virtual imersivo, geralmente acessado por meio de óculos de realidade virtual ou aumentada. Segundo ele, a empresa fornece chips para todos os fabricantes de óculos digitais, e está desenvolvendo novos chipsets para equipar esses produtos – além do hardware de borda que melhore o poder computacional dos servidores localizados na ponta da rede.

Tonisi falou ainda que em breve serão lançados no Brasil notebooks “always connected”, que utilizam o podem de processamento dos servidores na borda da rede, em vez de realizar todos os cálculos diretamente em seu hardware. O conceito reduz o consumo de bateria e dota qualquer dispositivo de grande capacidade de processamento, o que deve tornar mais acessível o uso de programas de alto desempenho.

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Rafael Bucco

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