Brasil chega a 502 milhões de dispositivos digitais em uso, aponta FGVcia

Estudo revela dados sobre inteligência artificial, uso de nuvem e investimentos em TI nas empresas brasileiras

dispositivos

O Brasil atingiu, em maio de 2025, a marca de 502 milhões de dispositivos digitais em uso, o equivalente a 2,4 por habitante. Os dados constam da 36ª edição da Pesquisa Anual do FGVcia sobre o Mercado Brasileiro de TI e Uso nas Empresas, divulgada nesta quinta-feira, 26, pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas.

Do total de dispositivos em uso (corporativo e doméstico), 272 milhões são smartphones, o equivalente a 1,3 por habitante. Incluindo notebooks e tablets, os dispositivos portáteis somam 460 milhões de unidades. O estudo também destaca que, para cada aparelho de televisão vendido no país, são vendidos 2,2 celulares.

O parque de computadores (desktop, notebook e tablet) soma 230 milhões de unidades, resultando em 1,1 por habitante. As vendas de computadores cresceram 5% em 2024, com 12,6 milhões de unidades, e a projeção para 2025 é de alta adicional, com maior participação dos notebooks.

IA generativa e uso corporativo

Pela primeira vez, a pesquisa avaliou a presença de programas de inteligência artificial generativa nas empresas. O Microsoft Copilot lidera com 40%, seguido por ChatGPT (32%) e Google Gemini (20%). Os usos mais comuns são em chatbots, machine learning e reconhecimento biométrico.

Embora 80% das empresas declarem utilizar IA, o estudo alerta que 75% fazem uso muito restrito dessas tecnologias. Segundo o coordenador da pesquisa da FGVcia, professor Fernando Meirelles, há maior adesão a reuniões híbridas, com predominância do Microsoft Teams, e à análise de dados com Excel.

Os projetos de TI mais relevantes seguem focados em inteligência artificial combinada com analytics, transformação digital e implantação de novos ERPs. O estudo destaca que os gastos em TI continuam crescendo em valor e importância estratégica.

ERP, BI e nuvem

Entre os sistemas integrados de gestão (ERP), Totvs e SAP lideram com 34% de participação cada. A Totvs predomina entre as pequenas e médias empresas, enquanto a SAP é majoritária entre as grandes. A Oracle responde por 10%, e os demais fornecedores por 22%.

Na categoria de business intelligence e analytics (BI), os fabricantes mais presentes são Microsoft (28%), SAP (21%) e Qlik (18%). Apesar da oferta de ferramentas modernas, 90% do uso de BI no setor financeiro ainda se concentra no Excel.

O uso médio da nuvem nas empresas brasileiras é de 52% do processamento. No segmento de videoconferência, o Microsoft Teams aparece com 48% de participação, à frente do Zoom (28%) e Google Meet (22%).

Investimentos em TI por setor

No setor bancário, os gastos em TI dobraram na última década e devem atingir R$ 56 bilhões até 2027. O indicador CAPU (Custo Anual de TI por Usuário) é de R$ 60 mil em média, podendo chegar a R$ 162 mil nos bancos. Em empresas prestadoras de serviço, a média é de R$ 72 mil por usuário.

Nos hospitais privados, o custo anual de TI por leito (CAPL) é de R$ 200 mil. No agronegócio, o comportamento dos gastos segue a média da indústria.

Desde 1988, o FGVcia acompanha a evolução do índice de gastos totais em TI (incluindo equipamentos, software, serviços, comunicação e pessoal) em relação à receita das empresas. O índice passou de 1,3% para 10% em 2024, e pode superar 11% nos próximos dois anos. (Com assessoria de imprensa)

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Da Redação

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