Bondholders preferem a “falência à proposta injusta” dos acionistas da Oi

Em carta aberta, os bondoholders europeus se dizem famílias que investiram suas economias na Oi e que não aceitam ser associados as fundos abutres.

shutterstock_ Kalcutta_Mercado_Concorrencia_Consumidor_queda_de_bracoA disputa pelo passivo da Oi ganha mais uma voz contrariada. Desta vez, dos detentores europeus de debêntures da Oi, que escreveram ao Tele.Síntese, em resposta à entrevista fornecida por um dos sócios da operadora, Nelson Tanure, no dia 14.

Na entrevista, o empresário afirma que os detentores desses títulos não têm o que reclamar, pois já teriam recebido o seguro desses papeis e vendido os títulos para fundos que só compram na baixa conhecidos como fundos “abutres”, esses sim que estariam pressionando para elevar o valor do que têm a receber.

Em carta aberta à Tanure,  os bondholders europeus alegam, no entanto, que pertencem a outra categoria de investidores, e seriam inúmeras famílias que investiram suas poupanças nos papeis da Oi, e que não ouviram qualquer posição da companhia em sua defesa.

Ainda segundo esses investidores, Tanure, que comprou 7% das ações da Oi, teria investido cerca de R$ 100 milhões na concessionária brasileira, “o que é muito menos do que nós investimos”, alegam.

Além de transferir o termo “abutre” para o sócio brasileiro, esses bondholders, em tom agressivo, afirmam que preferem perder tudo a deixar a aceitar a atual proposta da empresa. Afirmam: ” de acordo com a análise da E&Y, publicada pela Oi em 6 de setembro, o valor de liquidação forçada de ativos da empresa ascende a  R$ 23 bilhões (35% do total da dívida). E você pode estar certo que, se o plano de recuperação judicial a ser votado for injusto para o bondholders varejistas, nós preferimos levar a companhia à falência do que aprová-lo. Através da liquidação, teremos de volta muito pouco de nossos investimentos, mas você certamente não terá nada”, afirmam na carta, assinada por Group of European bondholders.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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