Bondholders e bilionário egípcio querem plano alternativo de recuperação da Oi
Um grupo de credores da Oi se juntou ao bilionário egípcio Naguib Sawiris para elaborar um plano de recuperação judicial alternativo à operadora brasileira. O grupo de bondholders, representados pelas empresas Moelis & Company, Cleary Gottlieb Steen and Hamilton e Pinheiro Neto Advogados, comunicaram nesta terça-feira terem chegado a um acordo de cooperação mútua com o Grupo Sawiris para trabalhar em conjunto na proposta.
O Grupo Sawiris tem investimentos em operadoras de telecom no Oriente Médio, África, Ásia, América do Norte e Europa. “Sawiris e sua equipe de gestão, juntamente com o comitê diretivo, vão colaborar para desenvolver um plano alternativo de recuperação com o apoio dos demais credores da Oi, outros stakeholders que efetivamente enderece os desafios da estrutura de capital da Oi”, afirmam.
Os bondholders e o Grupo Sawiris também vão desenvolver um plano de operação a ser implementado pós recuperação judicial, para companhia se manter competitiva no mercado de telecomunicações brasileiro. “O plano alternativo de recuperação contemplará, entre outras coisas, com novo capital e investimentos consideráveis”, diz o comunicado.
“Eu estou confiante na perspectiva do Brasil, na sua economia e suas pessoas. Nós acreditamos que ao apoiar o comitê de bondholders, junto com a nossa experiência no segmento, nós ajudaremos a Oi em uma solução ganha-ganha a atingir resultados positivos para todos os interessados”, diz Sawiris.
Otavio Guazzelli, do Moelis & Company, consultor financeiro do comitê de bondholder, afirma que o acordo “é um passo importante para formular um plano de reorganização justo, que vai atingir os objetivos dos credores da Oi. Apesar do desapontamento com a falta de engajamentos da Oi em negociar o plano de recuperação com os seus principais grupos de credores, o comitê de bondholders continua acreditando em uma solução consensual”.
Os credores desse grupo rejeitam os termos de recuperação judicial propostas pela Oi no começo de setembro, o qual, à época, afirmaram beneficiar os acionistas da companhia em detrimento dos credores. E reclama da falta de vontade da Oi em negociar os termos da recuperação.