Sawiris propõe colocar US$ 250 milhões na Oi, mas só depois da conversão de dívida por ações

Plano prevê tomada de 95% da empresa por credores em troca do perdão de R$ 24,82 bilhões em dívida de títulos, oferta pública de ações de US$ 1 bilhão e conta com aprovação do TAC da Anatel, que converte multas em investimento.

shutterstock_ Shawn Hempel_negocios_xeque_mateCredores da Oi associados ao empresário egípcio Naguib Sawiris apresentaram à companhia  nesta sexta-feira, 16, seu plano para recuperar a operadora. Pela proposta, o bilionário aplicaria US$ 250 milhões. O investimento seria feito depois de uma conversão imediata de R$ 24,82 bilhões em dívida de títulos por 95% do patrimônio líquido da operadora. A dívida remanescente seria trocada por R$ 5,8 bilhões em novos bonds.

Após a troca da dívida por equity, a tele iria ao mercado fazer uma oferta de ações com o objetivo de captar mais US$ 1 bilhão: dessa captação, US$ 750 milhões seriam de compras feitas pelos acionistas no momento da oferta, US$ 250 milhões por Sawiris e outros US$ 250 milhões por demais bondholders e público em geral.

Acionistas (incluindo os detentores de bonds convertidos) poderiam subscrever pro rata até 50% dos papéis e os investidores de varejo até 10% dessas novas ações da Oferta Pública. Outras medidas financeiras incluem renegociação  com bancos e agências de crédito de prazos para pagamentos de juros e contratação de novo financiamento a ser usado no capital de giro e investido em equipamentos.

Também mudaria a estrutura organizacional da Oi. Seria nomeado um novo conselho de administração, composto por profissionais do setor e quatro conselheiros independentes. A empresa de recrutamento Spencer Stuart já teria sido contratada, inclusive, para selecionar estes membros independentes.

O plano contempla ainda investimentos de R$ 37 bilhões pelos próximos 5 anos, “a fim de recuperar o atraso com um longo período de baixo investimento, melhorando significativamente as operações, eficiência e qualidade dos serviços aos clientes”. Parte desse capital viria dos TACs em negociação com Anatel e TCU.

A proposta  do chamado Grupo Ad Hoc de Oi Bondholders, que fechou um contrato de apoio com a Orascom TMT Investments, presidida pelo empresário egípcio de telecomunicações Naguib Sawiris, tem também a concordância de agências e bancos representados pela FTI Consulting.

A Oi tinha, até pedir recuperação judicial em junho, dívida total de R$ 65,4 bilhões. O valor engloba passivos trabalhistas, judiciais junto ao consumidor, multas junto à Anatel e créditos de investidores em títulos da companhia. O plano alternativo de recuperação proposto hoje pelos credores se contrapõe à proposta do conselho da empresa, apresentada em setembro, e rechaçada pelos credores.

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Rafael Bucco

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