BNDES lança linha de crédito em dólar para impulsionar agro 4.0
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta segunda-feira, 17, uma linha de crédito para impulsionar a modernização da produção agrícola brasileira com juros abaixo da média do mercado. Trata-se de uma nova modalidade do BNDES Crédito Rural, voltado para produtores brasileiros exportadores, com recebíveis em dólar.
Inicialmente, o banco vai disponibilizar R$ 2 bilhões, com taxa fixa a partir de 7,59% ao ano (além da variação cambial) para aquisição de máquinas “de qualquer espécie”, desde que com fabricação nacional. Os prazos de pagamento vão de 25 a 120 meses.
“Significa que ele [o agricultor] pode comprar todas as máquinas e equipamentos produzidos pela indústria brasileira para modernizar a sua produção. Nós queremos uma agricultura de precisão, que inova, que tem eficiência, uma agricultura digitalizada. Então, ele pode, por exemplo, investir em silo, tratores, máquinas. Digitalizando, ele vai diminuir, por exemplo, sua posição ao risco, reduz o consumo de fertilizantes e de agrotóxicos”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em coletiva de imprensa.
O banco pretende enviar circular sobre a nova linha de financiamento a todas as 77 instituições bancárias credenciadas nesta terça-feira, 18, e espera abrir os protocolos para receber as primeiras propostas no início de maio.
Segundo Mercadante, há intenção de lançar, posteriormente, a mesma modalidade em dólar para a indústria e serviço, de forma a beneficiar outros setores da economia, para além do agro.
Fonte
Conforme o diretor financeiro do BNDES, Alexandre Abreu, o banco não vai usar nada do Tesouro Nacional. Segundo ele, a nova linha vem “aproveitar o bom momento para o país, quando estão previstas captações internacionais de valores expressivos”.
O banco conta com US$ 750 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para viabilizar a linha de crédito. Há expectativa de aprovação do empréstimo pelo Congresso Nacional nesta semana.
“A lógica é que se ele [o agricultor] recebe em dólar, portanto, qualquer variação cambial para cima ou para baixo é anula para ele. Então só fica com o custo financeiro efetivamente do for além da variação cambial”, explica Abreu.