BNDES começa a reformular financiamentos para permitir compra de IoT
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai ampliar as opções de financiamento para empresas que pretendem investir em internet das coisas (IoT, na sigla pela qual é mais conhecida, em inglês). A instituição de fomento está aperfeiçoando o Cartão BNDES e o crédito chamado “Soluções Tecnológicas”.
No primeiro caso, o banco está acrescentando mais possibilidades de aquisição de serviços, uma vez que, tradicionalmente o cartão é usado para a compra de equipamentos. Mas já são 4 mil empresas cadastradas, produtoras de software, que podem ser contratadas usando o meio de pagamento. Para incluir a IoT, haverá a opção de contratar serviços recorrentes.
“A ideia é permitir que uma empresa integradora de produtos e serviços, que vende o conjunto de sensores com o serviço por trás, possa receber pelo cartão, em modelo de mensalidade”, explica Ricardo Rivera, chefe do departamento para financiamento das indústrias de TIC do BNDES. O executivo participou nesta manhã da 50ª edição dos Encontros Tele.Síntese, realizado pela Momento Editorial, em São Paulo.
Como a maioria dos usuários do cartão são micro, pequenas e médias empresas, o banco estatal também está ampliando as possibilidades de financiamento à IoT pelo instrumento chamado Soluções Tecnológicas, voltado aos grandes grupos.
Neste caso, o BNDES vai facilitar a liberação de dinheiro para a compra de soluções criadas com exclusividade para a companhia. “Produtos de IoT são parecidos, mas sempre pedem um nível de customização para atender ao cliente. O financiamento dessa customização, do serviço de implantação, poderão agora financiados via o Soluções Tecnológicas”, falou. A expectativa do executivo é de que essas opções sejam destravadas até o final do ano.
BNDES planeja fundo anjo
Ainda incipiente, o banco também estuda uma forma de aumentar a circulação de capital anjo no país. Esse dinheiro é tradicionalmente usado para financiar empresas nascentes, tecnológicas. O modelo do fundo anjo do banco ainda não está definido, e poderia envolver um intermediário para selecionar as empresas passíveis de receber o aporte.
A intenção é que este fundo anjo esteja pronto também até o final de dezembro, ou no mais tardar, no primeiro trimestre de 2018. O dinheiro da iniciativa seria novo, além dos R$ 500 milhões de capital reservados para startups, até 2020, e anunciado em março deste ano. Mas o montante do fundo anjo não foi revelado.
Incluído nos R$ 500 milhões para startups, no entanto, está um fundo de “venture debt”. Nova modalidade financeira do BNDES, este tipo de fundo vai comprar debêntures emitidos pelas empresas e obter remuneração conforme o desempenho do negócio. A empresa deverá quitar o empréstimo, a taxas mínimas, se tiver um desempenho ruim. Mas se os negócios ganharem escala, deverá devolver a taxas mais altas. Também, aqui, o prazo para lançamento é final do ano, começo do próximo.