BNDES anuncia duas linhas de financiamento sob medida para ISPs
O BNDES detalhou hoje, 5 de junho, duas novas linhas de financiamento que foram desenhadas sob medida para os provedores de internet, que nunca, de fato, conseguiram ter acesso a recursos públicos para financiar a expansão das redes de banda larga.
Essas novas linhas, assinalou Eric Rodrigues, conselheiro da Abrint, entre todas as propostas de financiamento que a entidade presenciou nos últimos anos, representam um avanço real. “Há a flexibilização de garantias e um outro olhar para prazos e carências, além de o BNDES operar diretamente. É uma mudança significativa e nós os provedores devemos estudar a proposta e fazer nosso dever de casa”, afirmou Rodrigues.
Segundo Ricardo Rivera, diretor do departamento de TICs do BNDES, as duas linhas são – o BNDES Direto 10 e financiamento com recursos do Funttel (Fundo de P&D das Telecomunicações).
O BNDES Direto 10 irá emprestar entre R$ 1 milhão a R$ 10 milhões somente para micro e pequenas empresas. O dono da empresa não pode ter ficha suja e continuará a ser exigida algum tipo de garantia, mas a flexibilização dessas garantias é muito maior, pois o banco poderá aceitar além de recebíveis e fiança bancária, também a garantia do FGI, que é um fundo do próprio BNDES. “O FGI poderá garantir até 80% do financiamento de até R$ 3 milhões”, explicou Rivera, durante o Abrint 2019.
Os recursos poderão ser usados de diferentes maneiras pela empresa – seja para contratação ou formação de pessoal, para obra civil ou mesmo para compra de máquinas e equipamentos não importados. E o prazo de financiamento ficou bem mais amplo, de 7 anos, com dois anos de carência. A taxa será a TJPL mais juros de até 1,3%, além de uma taxa de risco, que vai depender do perfil da empresa. “E a nossa expectativa é aprovar o pleito em até três meses”, afirmou Rivera.
O financiamento com os recursos do Funttel tem taxas ainda mais vantajosas, pois serão cobrados apenas a TR com 7% de juros a.a., mas, nesse caso, há a obrigatoriedade de se adquirir apenas equipamentos e serviços e fibra óptica com tecnologia nacional.
O banco vai exigir também que a empresa tenha todas as informações atualizadas na Anatel, que tenha o projeto de rede aprovado na concessionária de energia elétrica e que seus balanços sejam auditados. “Estamos trabalhando também para melhorar a governança das empresas e diminuir a informalidade”, avisou o executivo.