BC vai regular cripto, diz Campos Neto

A regulação de criptoativos, segundo o presidente do BC, representa um desafio para todas as autoridades mundiais abertas a novas tecnologias.
BC vai regular cripto, diz Campos Neto, diz presidente do BC - Crédito: Flickr BC
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central – Crédito: Flickr BC

O Banco Central planeja regular o mercado de criptoativos de forma a garantir o lastro das operações, afirmou Roberto Campos Neto, presidente da autarquia, durante o evento Valor’s Crypto Summit Rio 2022, promovido pela Valor Group nesta segunda-feira, 6.

Campos Neto se mostrou preocupado pelo fato de muitas pessoas não comprarem diretamente criptomoedas, mas sim notas de participação de criptoativos. “Então estão comprando certificado e supõem que têm ativos por trás. Mas, se não regularmos, não saberemos.”

A regulação de criptoativos, segundo o presidente do BC, representa um desafio para todas as autoridades mundiais que procuram preservar a segurança das transações a partir de inovações, sempre abertas a tecnologias que ainda estão para acontecer. “O maior desafio é regular o futuro, pois quando se cria uma determinada regulação não é para hoje”, disse.

Concentração de custódia 

Campos Neto afirmou também que o problema de concentração de custódia no mercado de criptoativos é algo que preocupa e precisa ser resolvido. “Temos 83% de todos os criptoativos com quatro custodiantes. É perigoso.”

O presidente do BC explicou que o órgão vai regular todas as exchanges (corretoras de criptoativos) para se certificar que haja essa garantia por trás dos certificados negociados.

Hoje, o projeto de regulação desse mercado está em fase final no Congresso. Outra exigência às exchanges será um registro no País, segundo Campos Neto, que disse ainda que vai pedir para as plataformas “olharem para a questão da custódia”.

“Ao comentar o que tornou o Brasil um “hub” de inovação financeira, o presidente do BC afirmou que as características econômicas do País pesaram. “Acho que começou com a inflação muito alta por um longo tempo. As pessoas foram criativas ao desenvolver formas de se protegerem da inflação, e acho que, a partir daí, houve uma cultura de encontrar formas de encontrar soluções financeiras”, disse.

Real digital

O presidente do Banco Central afirmou ainda que o formato do real digital que o órgão regulador está desenhando é vantajoso porque “aproveita” a regulação atual de depósitos bancários. O BC quer dar a possibilidade aos bancos de transformarem seus depósitos em stablecoins, ligada à Moeda Digital do Banco Central (CBDC, na sigla em inglês). Além disso, o presidente do BC avaliou que esse modelo também deve desenvolver o mercado de securitização.

Na visão de Campos Neto, os protocolos que forem utilizados pelos bancos para emitir as stablecoins vão incentivar a securitização, que deve crescer muito, segundo ele. “Outra coisa que fizemos, de outro lado, foi dar a habilidade dos bancos de terem liquidez em troca de ativos privados. Quando coloca essas duas coisas juntas, se securitiza o crédito muito mais rápido”, disse.

(Com agências de notícias)
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Redação DMI

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