BC reconhece inflação elevada e mais persistente

Ata da última reunião do Copom revela que a inflação dos serviços e bens têm alta disseminada e mais persistente do que o previsto.
BC reconhece inflação elevada e mais persistente - Crédito: Freepik
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reconhece que a inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada e mais persistente que o antecipado, conforme ata de sua última reunião, divulgada nesta terça-feira, 21.

“A inflação de serviços e de bens industriais se mantém alta, e os recentes choques continuam levando a um forte aumento nos componentes ligados a alimentos e combustíveis. As leituras recentes vieram acima do esperado e a surpresa ocorreu tanto em componentes mais voláteis como naqueles mais associados à inflação subjacente” afirma o documento.

Globalmente, o comitê vê consequência de longo prazo e pressões inflacionárias mais prolongados. “O ambiente externo seguiu se deteriorando, marcado por revisões negativas para o crescimento global prospectivo em um ambiente de fortes e persistentes pressões inflacionárias. Essas pressões, decorrentes da recuperação global após a pandemia, foram exacerbadas pelo avanço nos preços de commodities este ano e, mais recentemente, pela onda da Covid-19 na China, prolongando ainda mais o processo de normalização do suprimento de insumos industriais”, ressalta a ata.

A reorganização das cadeias de produção globais, na opinião do colegiado, já impulsionada pela guerra na Ucrânia, deve se intensificar, com a busca por uma maior regionalização na cadeia de suprimentos.

Sobre atividade econômica doméstica, o Copom disse que os dados recentes, que levaram a uma revisão positiva para o crescimento em 2022, ainda refletem majoritariamente o processo de normalização da economia após a pandemia de covid-19.

“O Comitê avalia que a atividade deve desacelerar nos próximos trimestres quando os impactos defasados da política monetária se fizerem mais presentes”, reitera.

O Comitê reforça que a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e sobre políticas fiscais que sustentem a demanda agregada pode trazer um risco de alta para o cenário inflacionário e para as expectativas de inflação.

Para o BC, a atividade econômica surpreendeu positivamente desde a sua última reunião, de maio. “Indicadores relativos ao mercado de trabalho seguem em recuperação e a divulgação do PIB do primeiro trimestre apontou ritmo de atividade acima do esperado, elevando o carregamento estatístico para este ano”, diz a ata, que detalha as razões para a alta dos juros básicos da economia na semana passada, de 12,75% ao ano para 13,25% ao ano.

“O Copom considera que, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista. O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. Para a próxima reunião, o Comitê antevê um novo ajuste, de igual ou menor magnitude”, conclui.

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Redação DMI

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