Bancos prevêem gastar R$ 35 bi em tecnologia
Os bancos brasileiros estimam gastar R$ 35,5 bilhões em tecnologia, englobando despesas e investimentos, o que representa um avanço de 18% em relação ao do ano passado, que somou R$ 30,1 bilhões, segundo dados da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2022, realizada pela Deloitte.
A estimativa foi calculada com base nos valores indicados pelos bancos participantes da amostra.
O valor do orçamento de 2021, segundo o estudo, já representou um incremento de 13% em relação aos R$ 26,6 bilhões orçados em 2020 (valores atualizados). No ano passado, apenas os investimentos em tecnologia feitos pelo setor bancário cresceram 27% em relação ao ano anterior e passaram de R$ 8,9 bilhões para R$ 11,3 bilhões, enquanto as despesas nessa área avançaram 6% – de R$ 17,7 bilhões para R$ 18,8 bilhões.
“O processo de digitalização é irreversível e é essencial continuar investindo em tecnologia para cada vez mais oferecer segurança, comodidade e uma excelente experiência para nossos clientes”, diz Isaac Sidney, presidente da Febraban.
Conforme a pesquisa, o orçamento para software esteve no centro das atenções das instituições financeiras em 2021, somando R$ 17,4 bilhões, ou 58% do total. O avanço no valor foi de 29% em relação ao ano anterior. Essa ampliação é impulsionada por frentes como Customer Relationship Management (CRM), Open Finance, analytics e big data.
O orçamento em hardware ficou com 27% do total; o de Telecom, com 8%. Nesta edição da pesquisa passou a ser incorporada uma nova categoria chamada serviços de tecnologia da informação. Essa categoria manteve em 2021 a mesma participação no orçamento total de tecnologia dos bancos, em relação ao ano anterior, de 7%.
Investimentos em treinamentos
No ano passado, os bancos investiram R$ 5,7 milhões em treinamentos para pessoas em segurança cibernética, um incremento de 138% em relação ao ano anterior. Em 2021, foram treinadas 93,6 mil pessoas em cibersegurança ante 28,6 mil em 2020 (+ 227%).
Também foi registrado aumento nos investimentos em treinamentos em segurança cibernética específicos para pessoas de TI, que passou de R$ 158,8 mil para R$ 583,7 mil (+268%), e também no número de pessoas treinadas, que cresceu de 5,4 mil para 6,9 mil (+28%).
Esta edição da pesquisa traz um indicador inédito sobre treinamentos de metodologias ágeis. Quase 140 mil pessoas de diversas áreas dos bancos foram treinadas nesse tema em 2021.
Modelos de trabalho
De acordo com a pesquisa, 53% dos bancos irão investir em estrutura para home office ao longo de 2022, considerando aportes em computadores, softwares, ferramentas de comunicação, segurança de informação, armazenamento em nuvem, conexão com internet e infraestrutura de TI para melhorar, garantir e viabilizar a conexão do profissional em suas atividades remotas.
Esses investimentos devem somar mais de R$ 46 milhões, de acordo com a expectativa dos bancos participantes da amostra.
“A oferta de trabalho no modelo virtual ou híbrido tem sido avaliada pelos bancos como uma forma de atrair e reter os melhores talentos em tecnologia”, avalia Sergio Biagini, sócio-líder de Financial Services Industries da Deloitte.
Em relação aos modelos de atendimento nas agências, a pesquisa constatou que no ano passado, 82% dos bancos adotaram trabalho remoto para profissionais das agências; 73% das unidades reduziram o horário de atendimento ao público e 55% das agências funcionaram com revezamento de profissionais. Além disso, 45% dos bancos pensam em manter modelos alternativos de trabalho em 2022 (trabalho remoto, modelos híbridos para atendimento ao público, revezamento de profissionais e/ou redução de horário de atendimento ao público).
(Com Febraban)