Bancos precisam de pacote abrangente de serviços de conectividade, diz Caixa
Além das dificuldades logísticas e operacionais de atuar em todo o País, manter unidades físicas pelo território brasileiro impõe um desafio significativo de conectividade aos bancos tradicionais, informou o gerente nacional de Telecomunicações da Caixa, Guilherme Mendes, nesta terça-feira, 27, durante painel no evento Febraban Tech, em São Paulo.
O executivo pontuou que, atualmente, o banco público tem mais de 100 contratos com 22 operadoras de serviços de telecomunicações. No entanto, ressaltou que “a conectividade onipresente é um desafio”.
“A quantidade de dispositivos que temos hoje na Caixa que deveriam estar conectados é gigantesca”, afirmou. “Normalmente, o nosso tráfego sai pelo nosso data center em Brasília. Queremos sair com esse tráfego direto das nossas agências, mas precisamos de conectividade para isso”, ponderou Mendes.
O gerente da Caixa ainda disse que o setor bancário precisa receber mais atenção por parte das operadoras e dos provedores de serviços de internet (ISPs), principalmente no que diz respeito à adoção de novas tecnologias, como Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT), e à cobertura em áreas remotas do País.
Nesse sentido, Mendes sinalizou que as necessidades de conectividade do setor financeiro poderiam ser encaradas como uma oportunidade para as teles ampliarem os portfólios de serviços.
“Precisamos de tudo isso encapsulado em um produto, a operadora prestando serviço fim a fim”, indicou o gerente do banco estatal. “Quando falamos em hiperconectividade, vejo a operadora do futuro como uma empresa que conhece o nosso dia a dia, a forma de conectarmos todos os dispositivos para poder entregar um produto que seja viável”, complementou.
Ampliação de serviços
No mesmo painel, a diretora executiva da Embratel para Governo, Maria Teresa Lima, destacou que a unidade corporativa da Claro tem, cada vez mais, buscado atuar como uma habilitadora de transformação digital das empresas, oferecendo, além de conectividade, serviços como segurança da informação, nuvem, IoT e mobilidade gerenciada.
“As telcos estão ampliando o seu ecossistema”, pontuou. “A nossa vida é um eterno desafio de investir, modernizar e expandir. Vejo a nossa empresa como uma plataforma no futuro, e não só [provedora de] conectividade. Vamos agregar soluções que promovam experiências únicas e modernizadas para os nossos clientes”, declarou Maria Teresa.
Na visão do diretor sênior de Soluções da Huawei FSI, Neo Gong, a tecnologia 5G, prestes a completar um ano do início do processo gradual de ativação no Brasil, ainda vai transformar o modo como as empresas operam.
“Se as telcos implementarem novas ideias, estendendo os serviços para outras indústrias, a conectividade se torna uma plataforma capaz de entregar maior valor agregado para o consumidor”, avaliou o diretor da fabricante chinesa.
Gustavo Borges, superintendente de Controle de Obrigações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por sua vez, disse que o órgão regulador tem buscado levar infraestrutura adequada para todo o País, além de fomentar a competição no setor. Além disso, ressaltou que a agência tem se debruçado sobre aspectos como segurança cibernética.
“Hoje, a conectividade é uma plataforma habilitadora de aplicações. A indústria de telecom está se confundindo com a de tecnologia da informação e deve ser assim pelos próximos anos”, conjecturou.