Balança comercial de produtos elétricos e eletrônicos tem déficit de US$ 18,1 bilhões no 1º semestre

Semicondutores, módulos fotovoltaicos e componentes para telecomunicações lideram entre os produtos mais importados; apesar do saldo negativo, exportações do setor cresceram 6,2%
Balança comercial de elétricos e eletrônicos registra déficit de US$ 18,1 bilhões no 1º semestre
Déficit na balança comercial de elétricos e eletrônicos no 1º semestre é liderado por semicondutores (crédito: Freepik)

No primeiro semestre de 2023, o Brasil registrou déficit de US$ 18,1 bilhões na balança comercial de produtos elétricos e eletrônicos. Apesar do resultado negativo, o rombo diminuiu 2,9% na comparação com a primeira metade de 2022 (US$ 18,64 bilhões), indica pesquisa da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), divulgada nesta quinta-feira, 20.

A redução do déficit ocorreu em função da queda de 1,6% nas importações e do aumento de 6,2% nas exportações. A maior parte do saldo negativo se deve aos negócios com os países da Ásia (déficit de US$ 14,47 bilhões), sobretudo com a China (US$ 10 bilhões).

No geral, os negócios com os países da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) foram os únicos a apresentar superávit na balança comercial de produtos do setor, totalizando US$ 661,9 milhões.

Exportações

De janeiro a junho, as exportações de produtos elétricos e eletrônicos somaram US$ 3,4 bilhões, com alta de 6,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os destaques foram as vendas externas de material de instalação (40,7%) e de automação industrial (37,9%).

O destaque negativo foi o segmento de telecomunicações (-19,9%), em razão da redução das exportações de estações rádio base, que diminuíram 54%.

Importações

As importações totalizaram US$ 21,5 bilhões no primeiro semestre, ficando 1,6% abaixo do registrado no mesmo intervalo de 2022. A maior taxa de retração foi observada no ramo de informática (-14%).

Os semicondutores (categoria que inclui diodos, transistores, tiristores, circuitos integrados eletrônicos, memórias) foram os produtos mais importados do período, responsáveis por US$ 2,7 bilhões em compras do exterior. Ainda assim, a importação de chips recuou 20% no primeiro semestre. Nesta semana, em evento com autoridades, o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, defendeu que o País adote uma política de produção nacional de semicondutores.

O levantamento da Abinee também mostra que as importações de componentes para telecomunicações – terceiro produto mais adquirido do exterior, atrás somente de semicondutores e módulos fotovoltaicos – caíram 27%.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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