B20 reforça pleito de conectividade e lança recomendações para IA
O B20, fórum oficial de diálogo da comunidade de negócios com o G20, apresentou nesta sexta-feira, 25, um relatório que lista as iniciativas e recomendações do grupo, que serão encaminhadas aos líderes dos países membros. O balanço de entregas inclui uma declaração que endereça boas práticas para o uso de Inteligência Artificial e chama atenção para a necessidade de ampliar a conectividade.
A declaração é lançada dentro de uma plataforma online colaborativa (B20 AI Platform), que vai contabilizar as adesões e visa reunir e compartilhar cases. A iniciativa do B20 inclui o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e das empresas Google, Tupy e Stefanini Group. A apresentação ocorreu em São Paulo (SP), nesta tarde.
O documento consiste em duas “bases relevantes”, que são inclusão digital e a cibersegurança, além de sete recomendações.
Na manifestação, entende-se como inclusão digital “alcançar conectividade universal de indivíduos e empresas por meio de regulamentações modernas e parcerias público-privadas que permitam a expansão de infraestrutura de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) acessível e resiliente, e enderecem as disparidades de uso entre regiões”.
No que diz respeito à cibersegurança e o fluxo de dados, o posicionamento do B20 é de “proteger indivíduos e organizações, promover a confiança digital e possibilitar inovação e desenvolvimento por meio da harmonização de padrões de cibersegurança e proteção de dados, coordenação da ação internacional de cibersegurança e apoio ao Fluxo Livre de Dados com Confiança”.
“A proteção de dados é um aspecto central para avançar na digitalização de serviços, públicos e privados, o que requer o desenvolvimento de regulações de cibersegurança robustas e o estreitamento de colaboração internacional para harmonização de protocolos de transferência de dados entre países”, complementa o texto.
Recomendações
Em síntese, como boas práticas de IA, o B20 recomenda:
- Convergência Global e interoperabilidade jurisdicional, incluindo harmonização de terminologias e princípios e através de uma abordagem baseada em risco;
- Implementação responsável de IA livre de viés;
- Transparência e comunicação clara aos usuários;
- Formação de clusters e ecossistemas dedicados a desenvolver novas competências e suportar agências de governos para manter e atualizar o ambiente regulatório;
- Desenvolvimento de ações orientadas para a redução de lacunas digitais através da qualificação;
- Promover políticas de trabalho que, alinhadas às novas tecnologias digitais, impulsionem a produtividade e tornem a força de trabalho mais inovadora; e
- Digitalização para aumentar a eficiência no comércio internacional.
Acesse aqui a íntegra da declaração.
IA no G20
Em setembro, o Grupo de Trabalho (GT) de Economia Digital do G20 também incluiu recomendações para o uso de IA ao apresentar o resultado dos trabalhos, neste caso, em declaração ministerial.
O GT concluiu que “a maioria dos membros do G20 e países convidados estão ativamente envolvidos na formação de estruturas institucionais para dar suporte ao desenvolvimento, implantação e uso de IA, em conformidade com suas leis, regulamentações e estruturas de governança”.
Por outro lado, aponta que há “lacunas” em relação à “implantação de recursos de IA relevantes para o desenvolvimento sustentável”, além de discrepância entre os países quanto à capacidade de inovação e patentes.
A partir deste diagnóstico, houve três recomendações gerais: promover a colaboração internacional e a parceria entre múltiplas partes interessadas; melhorar ambientes favoráveis à IA e desenvolvimento de capacidades; e desenvolver estruturas e políticas de governança.