AT&T pretere Nokia e fecha acordo de Open RAN com Ericsson
A AT&T firmou um acordo de cinco anos com a Ericsson para a implantação de infraestruturas de telecomunicações sob o modelo Open RAN em escala comercial nos Estados Unidos. Ao longo do período de vigência do contrato, os investimentos da operadora podem somar US$ 14 bilhões (aproximadamente R$ 70 bilhões).
Em comunicado, a companhia norte-americana indicou que 70% do seu tráfego de rede sem fio devem ser transmitidos por meio de plataformas abertas até o final de 2026. Além disso, destacou que a opção por redes de acesso via rádio abertas, em vez de plataformas fechadas de um único fornecedor, permitirá o rápido dimensionamento e gerenciamento de hardware em cada site.
O acordo comercial da AT&T com a Ericsson, que até pouco tempo atrás não se mostrava entusiasmada com o Open RAN, foi considerado uma “decepção” pela Nokia, empresa responsável pela infraestrutura atual em uso pela operadora – saiba mais abaixo.
Inclusive, a tele norte-americana apontou que, a partir de 2024, espera utilizar transmissores de redes sem fio abertas totalmente integrados e operando em coordenação por Ericsson e Fujitsu. No ano seguinte, a companhia ampliará a lista de fornecedores de infraestrutura de Open RAN, incluindo Corning Incorporated, Dell e Intel.
“Com esta colaboração, abriremos as redes de acesso via rádio, impulsionaremos a competição e conectaremos mais americanos com 5G e fibra”, disse Chris Sambar, vice-presidente executivo da AT&T Network, em nota. “Estamos satisfeitos que a Ericsson compartilhe do nosso apoio ao Open RAN e às possibilidades que isso cria para a infraestrutura digital norte-americana”, complementou.
A Ericsson cumprirá a sua parte do acordo se aproveitando de sua fábrica de equipamentos 5G em Lewisville, no Texas (EUA). Também há a expectativa de que o negócio contribua para que a empresa sueca reverta os prejuízos que vem registrando nos últimos trimestres.
Decepção na Nokia
Na esteira do acordo da AT&T com a Ericsson, a Nokia sinalizou que deve observar uma queda de receita em redes móveis nos próximos dois ou três anos. Isso porque a operadora norte-americana é responsável por 5% a 8% das vendas líquidas da divisão de redes móveis da fornecedora finlandesa em 2023.
A Nokia, no entanto, afirmou que “continua sendo uma parceira importante da AT&T” em outras frentes, como nuvem e infraestrutura de rede e serviços de rede. Além do mais, a tele com sede em Dallas continuará comprando produtos da Nokia, como links de rádio de micro-ondas.
“Embora as notícias da AT&T sejam decepcionantes, nosso negócio de redes móveis obteve progressos significativos nos últimos anos, aumentando nossa participação no mercado de RAN e nossa liderança em tecnologia”, comentou Pekka Lundmark, presidente e CEO da Nokia. “Acredito firmemente que temos a estratégia certa para criar valor para os nossos acionistas no futuro, com oportunidades de ganhar participação, diversificar o nosso negócio e melhorar a nossa rentabilidade”, complementou.