Ativista fará site para expor histórico de navegação de políticos, nos EUA

Ideia é criar uma ferramenta online para cidadãos analisarem os hábitos digitais dos Congressistas que votaram a favor de lei que libera operadoras e ISPs a coletar e vender dados pessoais

internet-historyO ativista de direitos digitais norte-americano Adam McElhaney decidiu usar a legislação recentemente aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos para expor os políticos locais. Ele iniciou campanha de financiamento coletivo na qual pede US$ 10 mil para comprar o histórico de navegação de senadores e deputados, todos os seus familiares e funcionários, e colocar o conteúdo online, em uma ferramenta que permitirá a qualquer pessoas consultar os hábitos digitais de seus representantes. Mas, a campanha deu muito certo, e em menos de um dia já recebeu mais de US$ 166 mil.

O Congresso norte-americano aprovou nesta semana legislação que, na prática, libera operadoras e provedores de acesso a banda larga, a coletar, tratar e revender dados pessoais de seus clientes. As empresas de acesso poderão rastrear os usuários, analisar o uso que fazem de aplicativos, e revender as informações de forma anonimizada.

McElhaney sustenta que as novas regras têm brechas que autorizam o comprador dos dados a pedir também os IPs de origem das informações. Isso tornaria possível identificar, com certa margem de erro, quais usuários teriam produzido aqueles dados, embora, ele admita, não seja um cruzamento “fácil, nem rápido, de fazer”.

Ele afirma que vai comprar tudo: “De informações médicas a pornografia, de dados financeiros a menções de infidelidade. Tudo que eles tiverem olhado, buscado, visitado ficará disponível para qualquer pessoa analisar”.

Segundo ele, o objetivo da campanha é sensibilizar os políticos a voltar atrás da decisão. “Acredito que seu histórico de internet deva ser só seu. Estou reunindo dinheiro para assegurar a nossa liberdade. Minha última esperança é que consigamos usar esse dinheiro para restabelecer nosso direito à privacidade”, explica, na página da campanha. Os dados ficarão, então, disponível em um mecanismo online que se chamará Search Internet History (Buscador de Histórico de Internet). (Com agências internacionais)

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Da Redação

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