Ataque cibernético contra empresa de telecom derruba sites do governo da Colômbia
Várias instituições de estado da Colômbia estão sofrendo consequências de um mega-ataque cibernético direcionado a IFX Networks, operadora de telecom que atua no país e em outros territórios latino-americanos. Segundo o governo colombiano, cerca de 726 companhias com operações na América Latina foram afetadas.
O ataque do tipo ramsomware – uma espécie de sequestro digital de informações e aplicações – começou na terça-feira desta semana, 12. As operações digitais do Ministério da Saúde e da Superintendência Nacional da Saúde da Colômbia estão entre as impactadas.
O site da suprema corte do país também foi prejudicado pela invasão de sistema. Relatos na imprensa local indicam que mais de 2 milhões de processos judiciais estão inacessíveis.
Em comunicado, o governo colombiano informou que, como consequência do ataque, instalou o Posto de Comando Cibernético Unificado (PMU Ciber, na sigla em espanhol) “para apurar os danos e resolver os efeitos gerados pelo incidente”.
“A partir da PMU Ciber, estamos analisando quais entidades públicas adicionais podem ter sido impactadas, com o objetivo de conhecer o real impacto na Colômbia”, diz nota publicada no site do governo do presidente Gustavo Petro. “É importante esclarecer que o incidente ocorreu contra o prestador de serviços IFX Networks, mas não contra entidades do Estado”, complementa.
Recuperação da rede
A IFX Networks informou que sua equipe técnica está trabalhando para restaurar o serviço, com prioridade para o setor de saúde. O objetivo é mitigar o impacto causado pelo ataque aos serviços governamentais realizados pelo meio digital.
Além disso, a empresa indicou que, de acordo com avaliações preliminares, os dados não foram afetados em nenhuma plataforma, embora os portais tenham ficado inoperantes.
Na avaliação de Alvaro de Almeida, diretor Comercial da Evolutia, empresa de cibersegurança que atua na América do Sul, o mega-ataque contra a IFX mostra que a região não está preparada para resistir a invasões mais sofisticadas.
“Mesmo que a empresa provedora dos serviços de telecomunicações tenha proteção, empresas e órgãos públicos colombianos deveriam, também, garantir que os dados sensíveis estivessem protegidos”, afirma o especialista.
Levantamento da Fortinet, multinacional especializada em segurança digital, indica que, no primeiro semestre deste ano, as operadoras de telecom foram alvo de 3,1 bilhões de ataques na América Latina. No contexto global, a região representa 27% dos incidentes direcionados a empresas de telecomunicações.