Acionistas da Oi aprovam grupamento de ações e remuneração de executivos

Novo grupamento é tentativa de levar o valor das ações ao patamar mínimo exigido pela B3; remuneração variável prevista para executivos é aprovada.
Oi aprova novo grupamento de ações e remuneração milionária de executivos
Em assembleia, Oi aprova novo grupamento de ações e remuneração dos executivos (crédito: Freepik)

Os acionistas da Oi aprovaram o novo grupamento de ações proposto pela operadora, na proporção de 10:1, em assembleia geral ordinária e extraordinária (AGOE) realizada na sexta-feira, 10. A proposta foi pautada com o objetivo de levar a cotação das ações ao valor mínimo exigido pela B3 para negociações (R$ 1 por unidade).

“O Grupamento permite também que as ações da Companhia voltem a atender um dos critérios para que sejam elegíveis à composição de índices de mercado, como o índice Bovespa da B3”, destacou a Oi, em aviso aos acionistas divulgado na noite de sexta-feira.

A operadora informou que as ações de sua emissão negociadas como American Depositary Shares (ADSs) não integraram a operação de grupamento. Com isso, as paridades dos ADSs com as ações locais sofrerão um ajuste, visando à manutenção da totalidade desses papéis. Na prática, cada ação ordinária passa a representar 20 ADSs ON, enquanto uma ação preferencial fica equivalente a 100 ADSs PN.

Na assembleia, como consequência do novo grupamento, também foi aprovada uma alteração no estatuto social da Oi, no sentido de refletir as alterações na quantidade de ações emitidas pela companhia. Dessa forma, o capital social passa a ser representado por 66.030.374 ações, sendo 64.453.102 ordinárias e 1.577.272 preferenciais, todas nominativas e sem valor nominal de emissão.

Conforme o comunicado da Oi, os acionistas poderão ajustar as suas posições em lotes múltiplos de 10 ações, por meio de negociação na B3. O período para realizar essa operação vai desta segunda-feira, 13, até o dia 14 de junho.

Outras deliberações

Além do grupamento de ações, diversas deliberações foram aprovadas na assembleia da Oi, entre elas o balanço financeiro referente ao ano de 2023, quando a operadora registrou prejuízo líquido de R$ 5,44 bilhões – vale lembrar que a empresa abriu 2024 com prejuízo no primeiro trimestre.

Outra proposta aprovada foi a de fixação da remuneração dos executivos. Sendo assim, ao longo do exercício social corrente, o conselho de administração e a diretoria estatutária podem receber, respectivamente, R$ 6,3 milhões e R$ 33 milhões, contando-se a renda variável condicionada a metas. Há outros R$ 7.5 milhões em rescisões.

O item foi aprovado com os 20,3 milhões de votos favoráveis, tendo recebido 14,6 milhões de votos contrários e mais de 30 milhões de abstenções.

Na assembleia, os acionistas também aprovaram a renovação do conselho fiscal. Os membros efetivos eleitos foram Alvaro Bandeira, Daniela Maluf Pfeiffer e Cristiane do Amaral Mendonça (esta última foi indicada pelos acionistas detentores de ações preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito, Victor Adler e Vic DTVM). A remuneração prevista para o conselho, de R$ 724 mil, também foi validada.

A assembleia também aprovou a incorporação, pela Oi, da Oi Serviços Financeiros e da Pointer. Além disso, os acionistas concordaram com a contratação da Meden Consultoria como responsável pela elaboração dos laudos de avaliação dos patrimônios líquidos das duas empresas incorporadas.

Quórum

A AGOE realizada na sexta-feira ocorreu em segunda chamada. Originalmente, a assembleia estava prevista para o dia 29 de abril, mas, por falta de quórum, precisou ser reagendada.

Ainda assim, nota-se a baixa participação no encontro que aconteceu em formato virtual. Segundo a Oi, a AGO (contas de 2023, conselho fiscal e verba para os administradores) contou com 10,91% do capital votante, enquanto a AGE (grupamento e ratificação da Meden) teve a participação de 11,04% dos investidores com direito a voto.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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