Ásia vai concentrar o crescimento da telefonia móvel até 2024, prevê GSMA

5G e IoT são ainda um desafio para as operadoras, que precisam encontrar uma forma de ganhar dinheiro com essas tecnologias. LTE deve se manter como principal fonte de receitas pela próxima década, aponta a GSMA

O continente asiático continuará a capitanear o crescimento da telefonia móvel no mundo, conforme relatório publicado hoje (11) pela GSMA, associação que representa empresas do setor. Até 2025, apenas cinco países serão responsáveis por conectar nada menos do 50% dos novos usuários móveis, dos quais, quatro, ficam na Ásia.

Como a GSMA estima que, até lá, 1,6 bilhão de pessoas entrarão no mundo da telefonia celular. China, Índia, Indonésia, Nigéria e Paquistão vão conecta, cada um, mais de 50 milhões de pessoas, pelo menos. China e Índia vão acrescentar mais de 300 milhões cada.

O relatório indica, ainda, que a banda larga fixa vai crescer em ritmo mais lento, tento papel secundário na conexão de novos usuários à internet. Por isso, a GSMA prevê que a próxima geração de conectados será marcada por nem conhecer a navegação online via computador.

Isso deve ter impacto no desenvolvimento de aplicações e sites móveis para serviços essenciais de governo eletrônico e de comércio digital. Ao todo, 75% da população conectada usará apenas o celular para entrar na internet.

5G e IoT

O mercado de redes 5G e internet das coisas (IoT) vai se desenvolver, especialmente devido a demandas corporativas. Segundo a GSMA Intelligence, braço de pesquisa da GSMA e responsável pelo relatório, desenha-se um cenário em que as operadoras vão competir e colaborar, ao mesmo tempo, com gigantes digitais como Amazon Web Services, Microsoft, IBM, e outras empresas focadas em nuvem. Todas vão disputar os clientes corporativos de IoT, mas farão parcerias para terceirização de serviços.

A conectividade também será insuficiente para definir o diferencial de uma operadora na era da 5G e da IoT, aponta o estudo. As teles que optarem por ficar apenas no mercado de conectividade devem gerar menos receita, enquanto as que agregarem serviços, terão mais chances de prosperar. Um dos serviços indicados como grande fator de diferenciação é o analytics e vendas consultivas.

No 5G, China, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos e Europa devem liderar a adição de clientes nos próximos anos. Coreia e Japão terão mais da metade da população cobertas pela quinta geração até 2025. Enquanto Europa e China terão cerca de 30%. Mas a China terá, em números absolutos, o maior contingente com possibilidade de acesso: 454 milhões de pessoas, ante 203 milhões na Europa ou 189 milhões nos EUA. No caso europeu, tudo dependerá da liberação de espectro, que hoje, está travado.

O estudo lembra que será difícil monetizar a 5G para o consumidor. Isso porque mais velocidade trará pouco incremento na experiência de uso. A diferença ficaria por conta de tecnologias de realidade aumentada ou virtual, que ainda engatinham. A previsão é que o 4G continue a ser a vaca leiteira das teles por pelo menos 10 anos.

Crescimento do setor

No âmbito financeiro, a perspectiva da GSMA é de baixo crescimento das teles até 2025. A perspectiva é de que 2019 seja o último que o mercado mundial aumente em receitas acima de 2%. Entre 2020 e 2025, a expectativa é de expansão em torno de 1% ao ano.

Isso porque, até lá, os modelos de negócios em torno da 5G e da internet das coisas ainda estarão se consolidando e passando por testes. Somente após a descoberta da oferta ideal de serviços e conectividade, as operadoras vão ser capazes de retomar um crescimento mais acelerado das receitas.

Isso não impedirá, porém, que a quantidade de acessos IoT exploda. Até 2025, serão conectados 10 bilhões de dispositivos de IoT industra, outros 6 bilhões de IoT para uso pessoal. Já os acessos 5G somarão 1,35 bilhão.

Demografia

A GSMA calcula que nos próximos anos, a população mundial passará dos atuais 7,7 bilhões para 8,2 bilhões. A quantidade de novos acessos cresce, mas em ritmo cada vez menor. Segundo a GSMA, porque está se chegando em um teto natural, em que permanecem desconectados as pessoas mais difíceis de conectar, como idosos ou moradores de áreas rurais.

Em compensação, quem estiver com celular no bolso estará com internet. A quantidade de pessoas que usam o celular para navegar vai saltar dos atuais 65%, para 86% em 2025.

O relatório completo, em inglês, pode ser baixado aqui.

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Rafael Bucco

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