As vantagens competitivas do Brasil para atrair data centers, segundo a Anatel

Água, infraestrutura de telecom, baixa pegada de carbono, localização, dentre outros pontos, colocam o Brasil à frente de outros países na corrida pela atração de data centers, avalia a Anatel

O Brasil é a casa de número crescente de data centers, e a expansão do segmento prosseguirá pelo menos até 2030, projeta a Anatel. Embora o País tenha desafios, como a incidência tributária, estudo da autarquia conclui que há vantagens competitivas importantes que resultam em atração de investimentos.

José Borges, superintendente de competição da Anatel e integrante do C-INT, o Comitê de Infraestrutura da agência, apontou quais as vantagens do Brasil em relação ao resto do globo para atrair estes estabelecimentos. Ele participou na manhã desta terça-feira, 3, do evento online T.S Data Center Cloud Summit, organizado por este veículo de imprensa.

“As empresas buscam insumos baratos para oferecer produtos globais. O Brasil acaba tendo elementos importantes neste sentido: tem água em abundância, excedente de energia de fontes renováveis – o que é importante no momento de busca por baixa pegada de carbono, temos estrutura de telecomunicações muito boa, estamos perto de grandes mercados consumidores – como norte-americano e europeu, e não falta rede de transmissão submarina para fazer a ligação. Então temos elementos que nos capacitam a nos projetarmos como grandes players neste mercado”, elencou.

Ainda assim, há a questão do custo Brasil, que embora importante, não é suficiente para tirar o país do mapa dos investidores de tecnologia. “Claro que temos carga tributária e outros elementos internos para se trabalhar, mas as outras vantagens comparativas são significativas”, disse.

Estudo da Anatel

O C-INT, presidido pelo conselheiro Alexandre Freire e a seu pedido, realizou o estudo sobre o mercado global de data centers, a posição do Brasil e sua relação com o setor de telecomunicações. O T.S mostrou em julho algumas das conclusões do material, com a previsão de crescimento incessante localmente e a existência de barreiras importantes de entrada, em função do alto investimento necessário e das economias de escala atreladas ao segmento.

Hoje, Borges deu mais detalhes do material. Regulação não é algo em vista, mas a Anatel enxerga como positivas as discussões para descentralizar os data centers, atualmente concentrados em São Paulo e nas cidades onde deságuam cabos submarinos. A exceção é o Rio de Janeiro, onde há incentivos fiscais estaduais para atração de unidades.

Segundo ele, por questões de segurança e resiliência das redes, convém estimular a distribuição dos data centers pelo território. Também é importante considerar medidas relacionadas à garantia da cibersegurança, da integralidade da presença dos serviços em nuvem no território nacional, e avaliar políticas de fomento.

Uma versão pública do documento pode ser acessada aqui.

O T.S Data Center Cloud Summit prosseguirá amanhã, 4. A participação é livre.

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Rafael Bucco

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